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Voltar Para debater violência contra crianças e adolescentes, Ceij traz peça teatral de SP

Coordenadoria e AJ foram parceiras

A Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (Ceij), em parceria com a Academia Judicial, realiza nesta sexta-feira (18/5), na Sala de Sessões Teori Zavascki, o Seminário sobre Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. A desembargadora Rosane Portella Wolff, coordenadora da Ceij, abriu o evento e ressaltou a necessidade de todos apurarem seus olhares para a causa. Ela relembrou o "Caso Araceli", que motivou a criação da data: em 18 de maio de 1973, aos oito anos de idade, uma menina desapareceu e foi encontrada morta, vítima de diversas violências. "O problema é complexo e deriva de múltiplos fatores. Exatamente por isso, depende de uma atuação conjunta dos diversos atores: promotores, psicólogos, juízes, delegados, familiares, professores, assistentes sociais etc.",  afirmou a desembargadora. Neste sentido, o evento visa criar um espaço de diálogo para buscar estratégias de prevenção.

Após a solenidade de abertura, o projeto Eu Tenho Voz, do Instituto Paulista dos Magistrados, apresentou a peça "Marcas da Infância", encenada pela companhia de teatro NarrAr, de São Paulo. Nela, são mostradas situações de violência contra crianças pela ótica delas próprias, embora interpretadas por adultos. Situações de agressão física e psicológica e abuso sexual contra ambos os sexos são trazidas através de brincadeiras e memórias que ainda não foram elaboradas. O projeto costuma ser apresentado em escolas com o objetivo de ensinar às crianças que elas podem e devem falar sobre agressões vivenciadas, em busca de ajuda e apoio de pessoas que considerem de confiança, sejam elas amigos, professores, pais, vizinhos etc.

Ao final da apresentação, a juíza de direito do Tribunal de Justiça de São Paulo Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, presidente do Instituto Paulista de Magistrados, contou para a plateia que, após a encenação da peça nas escolas, diversas denúncias de crianças são recebidas. A partir daí, o projeto encabeçado pelo Instituto encaminha as denúncias e acompanha os casos por no mínimo três meses, com apoio às famílias que, muitas vezes, não recebem bem a situação exposta. A magistrada ressaltou também a importância do papel do professor nas escolas, enquanto mediador entre a criança e as autoridades competentes, para o bom encaminhamento das providências cabíveis nos casos de agressão. O público também teve chance de participar da discussão por meio de perguntas, com estímulo ao debate.

No período da tarde, o seminário segue com uma roda de conversa entre profissionais de diversas instituições estaduais como Tribunal de Justiça, Ministério Público, Secretaria de Segurança Pública, Secretaria Estadual de Saúde, Universidade do Estado (Udesc) e Fórum Catarinense pelo Fim da Violência e Exploração Sexual Infanto-Juvenil, oportunidade em que os palestrantes poderão contextualizar, problematizar e planejar ações futuras relacionadas à violência sexual contra crianças e adolescentes em Santa Catarina. A psicóloga Leda Pibernat Pereira da Silva, da comarca de Tubarão, mediará os debates.

Além das magistradas citadas, estiveram presentes na mesa de autoridades, na solenidade de abertura do evento, o 1º vice-presidente do TJ, desembargador Moacyr de Moraes Lima Filho, que representou o presidente do TJ, desembargador Rodrigo Collaço; o vice-corregedor-geral de Justiça, desembargador Roberto Lucas Pacheco, em nome do corregedor-geral de Justiça, desembargador Henry Petry Junior; o diretor de Comunicação Institucional da Academia Judicial, juiz Marcelo Carlin, em nome do diretor-executivo da Academia Judicial, desembargador Luiz Cezar Medeiros; o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, promotor de justiça João Luiz de Carvalho Botega, em nome do procurador-geral de justiça, Sandro Neis; o 1º vice-presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses, juiz de direito Vitoraldo Bridi, em nome da presidente da AMC, juíza Jussara Schittler dos Santos Wandscheer; e a coordenadora da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Santa Catarina, delegada de polícia Patrícia Zimmermann D'Ávila.

 

Texto: Assessoria de Imprensa do TJSC

Fotos: Alex Cavalcante/AI TJSC