Razões para aderir

O plástico é um material com baixo custo de produção, versátil e facilmente descartável. Porém, por fatores como matéria-prima poluente e problemas no ciclo de vida do produto, o plástico tornou-se um grave poluidor, que gera impactos ambientais e ameaça a saúde.

A fim de ajudar na compreensão do tema, compilamos informações sobre o impacto do plástico advindas de pesquisas e relatórios do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, em inglês), da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, do Compromisso Empresarial para a Reciclagem e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, entre outros.

Conheça 8 razões para abandonar de vez o uso de copos plásticos e de garrafinhas plásticas descartáveis

Muita coisa vai para o lixo junto com os itens plásticos descartáveis. Para produzir um copo plástico, por exemplo, além da matéria-prima vinda do petróleo utiliza-se água e energia. Para transportá-lo desde a fábrica até o local de consumo, gasta-se mais combustível fóssil. Tudo para um item que é usado por alguns segundos e, depois, descartado.

Produzir copos descartáveis consome mais água do que lavar copo durável.

A produção de um único copo pode utilizar de 500 ml a 3 litros de água. Se o copo descartável for para a reciclagem também será utilizada água para sua lavação. Já a lavação manual de um copo durável emprega de 350 a 400 ml de água; a lavação automática, 100 ml.

Ou seja, a reutilização e a durabilidade compensam o impacto ambiental da produção.

O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo e recicla somente 1,2%. Das 11 milhões de toneladas de lixo plástico descartadas no Brasil, apenas 145 mil são recicladas.

Ausência de logística reversa, plásticos misturados e contaminados, falta de coleta seletiva, baixa tecnologia de reaproveitamento de resíduos multicamadas são alguns dos fatores que fazem com que o lixo plástico vá parar no aterro sanitário ou, pior, na natureza.

Por enquanto, os melhores números estão no mercado de embalagens: nas recicladoras, 90% do plástico são embalagens e 26% da produção de embalagens usam plástico reciclado.

O melhor destino para o plástico é algum tipo de reciclagem. Entretanto, 64% do lixo plástico do país estão nos aterros sanitários (7 milhões de toneladas por ano), o que reduz a vida útil desses espaços em razão de o plástico ter degradação lenta, fazer volume e existir em muita quantidade. 

Nesse cenário, o copo plástico de poliestireno é um dos grandes vilões. O poliestireno é um tipo de plástico com valor de mercado muito baixo (apenas R$ 0,20/kg) e, por isso, na maioria das vezes, deixa de ser comprado pela indústria da reciclagem.

A grande maioria do material plástico ainda é produzida com matéria-prima proveniente do petróleo, fonte não renovável e com grande impacto ambiental na extração e na manufatura. 

O plástico proveniente do petróleo não se decompõe, ele se degrada e se torna microplástico, o que causa poluição nas fases de uso e de descarte. Produtos feitos com esses polímeros, desde garrafinhas a roupas e cosméticos, podem liberar microplásticos ou nanoplásticos.

Outro problema é que mais de 3,4 milhões de toneladas por ano no Brasil (31% do total) são descartadas de forma irregular em rios, lixões clandestinos, terrenos baldios, etc.

O descarte ao ar livre polui solo, aquíferos, reservatórios, rios e mares, contamina os ecossistemas e causa danos à saúde humana e à de diversas espécies de animais.

Desde 1950, mais de 160 milhões de toneladas de plástico já foram depositadas nos oceanos. No ambiente aquático, os plásticos em degradação tornam-se parecidos com os alimentos de diversas espécies de animais e são ingeridos. O resultado disso é uma grave ameaça à biodiversidade são mortos mais ou menos 100 mil animais marinhos ao ano por contaminação, estrangulamento, úlceras e bloqueios digestivos causados pelo plástico.

Nas cidades, a poluição por plástico afeta a qualidade do ar, do solo e dos sistemas de fornecimento de água, e piora a drenagem das cidades. Estima-se que a poluição por plástico no solo seja até quatro vezes pior do que aquela dos oceanos.

As partículas de microplástico que estão na água dos oceanos voltam ao corpo humano pela ingestão de pescados, frutos do mar e sal, acrescidas ainda de toxinas geradas a partir do plástico no organismo dos animais marinhos e de produtos químicos utilizados na produção dos plásticos.

A migração de partículas de plástico para o ambiente é causada pela porosidade do plástico, antes mesmo da degradação. Embalagens plásticas e enlatados com camadas de BPA podem liberar substâncias e mudar o gosto dos alimentos e das bebidas.

Estima-se que a exposição humana ao plástico provoque o aumento de problemas respiratórios e hormonais, doenças cardíacas e danos ao sistema nervoso.

Copos plásticos submetidos ao calor liberam estireno, monômero tóxico apontado como cancerígeno. O contato com o estireno ocorre no momento em que se bebe um líquido quente, como o café. Outra substância presente no plástico que vem sendo amplamente investigada por sua toxicidade é o Bisfenol-A (BPA), que causaria alterações no metabolismo. Atualmente, o uso de BPA em mamadeiras e outros produtos para bebês está proibido no Brasil.

Soluções

  • desenvolver tecnologias com materiais que causem menos impacto ambiental;
  • quantificar os prejuízos ao meio ambiente e os investimentos em reúso ou reciclagem no valor da matéria-prima virgem;
  • diminuir a carga tributária sobre produtos com matéria-prima oriunda da reciclagem;
  • substituir o tipo de plástico de vários produtos para dar preferência àqueles com possibilidade de reciclagem;
  • utilizar embalagens retornáveis;
  • aumentar o uso de matéria-prima reciclada no lugar do plástico virgem;
  • criar um sistema de separação de plástico que envolva as empresas produtoras.
  • criar logística para a coleta seletiva em larga escala;
  • assumir a responsabilidade solidária pelo descarte correto; e
  • estimular a educação ambiental e a coleta seletiva.

  • reduzir o consumo de plástico, especialmente os descartáveis, os menos recicláveis e produzidos a partir de matéria-prima de fonte não renovável;
  • recusar embalagens, copos e sacolas plásticas descartáveis;
  • utilizar itens feitos com materiais duráveis que possam ser reutilizados por bastante tempo;
  • estar atento às matérias-primas que compõem os produtos e escolher aquelas com menor impacto ambiental e à saúde;
  • buscar conhecer os impactos ambientais do consumo de plástico para ajudar a conscientizar outras pessoas; e
  • engajar-se na redução de consumo de itens plásticos e na separação adequada de resíduos no ambiente de trabalho, em casa, no condomínio, etc.