Route Brasil


Entrevista com o instituto Route Brasil.

Para mais informações acesse o site do Route Brasil.

A Route Brasil surgiu em 2011, formada por um grupo de surfistas em Florianópolis, SC. Inicialmente, esses surfistas se uniram em uma ONG com foco em limpezas de praia.

Hoje, o objetivo da Route é ser uma rota de engajamento para solucionar problemas sistêmicos do nosso consumo, gerando bem-estar para a santa natureza e para a sociedade.

Organismos marinhos, como algas e fitoplânctons, são responsáveis por mais da metade do oxigênio que consumimos no planeta. Além disso, esses mesmos organismos são capazes de absorver o excesso de gás carbônico que liberamos na atmosfera para a produção de fotossíntese.

Um dos resíduos mais encontrados nas praias são as bitucas de cigarro. O pouco volume ocupado por unidade os torna menos identificáveis por limpezas comuns, fazendo com que permaneçam nas praias por ainda mais tempo.

Conforme mencionado acima, resíduos pequenos, como bitucas de cigarro, não são identificados como lixo pelas companhias de limpeza urbana e, por isso, permanecem mais tempo na praia. Por esse motivo, nas limpezas de praia da Route focamos em recolher esse tipo de resíduo.

A limpeza de praia é um de nossos principais modos de coletar dados, sendo difícil afirmar qualquer coisa nesse sentido na ausência de dados concretos. Então, para nós da Route, imaginamos que esse volume de resíduos descartados provavelmente deva ter aumentado, uma vez que as pessoas passam mais tempo em casa e consumindo, principalmente se levarmos em conta as opções limitadas de entretenimento. Além disso, máscaras faciais se tornaram item indispensável na nossa sociedade. Não é incomum vermos máscaras descartadas incorretamente. Porém, devido às medidas de distanciamento social, as ações de limpeza de praia se tornaram indesejáveis por causa do contato físico nesse tipo de ação.

De modo geral, vemos que há mais avanços que retrocessos no tocante ao descarte de lixo. Em primeiro lugar, percebemos que a sociedade civil está mais consciente e exige que as grandes empresas se posicionem de modo a preservar o meio ambiente. Ainda, há mais políticas que cobram e fiscalizam o papel da indústria nesse sentido. Um exemplo é a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, entre outras coisas, exige que cada fabricante se responsabilize pela destinação da sua produção. Também é uma exigência dessa política que cada prefeitura implante a coleta seletiva nas cidades. Além disso, também percebemos uma crescente preocupação da indústria em estimular o consumo de recipientes de vidro, que permitem a logística reversa.

Sim, estamos imersos em um oceano de plástico, gerado pelo nosso consumo desenfreado em uma indústria ainda muito dependente do plástico e que ainda não sabe como destinar esse resíduo, que não se decompõe. Com a falta de destinação correta, ele invade os oceanos.

Para os leitores que ainda não estão familiarizados com práticas mais sustentáveis, uma boa dica é começar com a coleta seletiva em casa, separando os resíduos plásticos e descartando-os da maneira correta.