Voltar Casal adota três meninas em processo viabilizado pela comarca de Joinville

Há pouco mais de um ano, a vida organizada da jovem família da médica pediatra e do técnico de desenvolvimento em produto de Joinville se resumia a trabalho e programas de casais. Muito diferente de agora. Hoje eles são seis: três meninas nasceram no lar pelo processo da adoção e uma do ventre da mãe. Um sonho compartilhado desde os tempos de namoro.

O plano do casal era ter quatro filhos: dois por adoção e dois biológicos. O período da pandemia adiou a gravidez. Mesmo assim, o casal deu entrada na documentação para o processo de adoção na comarca de Joinville, com preenchimento de cadastro, inscrição para o curso de pretendentes e entrevistas com assistentes sociais e psicólogos.

“Nesse intervalo ampliamos a possibilidade para adotar três crianças, em qualquer cidade do Estado, de até sete anos. Queríamos grupo de irmãos, pois assim teriam a chance de não serem separados”, conta o pai.

Poucos meses depois, o casal recebeu o retorno positivo de que estava oficialmente na fila de adoção. Em novembro de 2021, outro resultado encheu o casal de alegria: eles seriam pais biológicos. E em poucos dias o sonho se completou. “Recebemos a ligação do fórum de Xanxerê nos convidando para conhecer três meninas. No mesmo dia da ligação, partimos em viagem para ver pela primeira vez. Depois desse dia nunca mais nos separamos. Na semana seguinte fizemos uma audiência on-line, solicitando a guarda para fins de adoção”, conta a mãe.

Durante o estágio de convivência (guarda provisória), a família foi acompanhada pela psicóloga Francine Cassol Reimann de Quadros e pela assistente social Julia Cristina Vincenzi, por meio do grupo "As Cores da Minha História", da comarca de Joinville, que faz parte de uma modalidade diferente da tradicional, na medida em que oportuniza o acompanhamento em grupo, sendo um espaço para compartilhamento das vivências familiares, bem como de orientação e apoio profissional aos adotantes.

“Quando se trata de uma adoção tardia e de grupos de irmãos, o acompanhamento pode ser mais longo, dependendo de como a dinâmica familiar e os vínculos se desenvolvem. A experiência dessa família revela que uma adoção que envolve perfil amplo pode ser exitosa. Em nossa experiência observamos que a disponibilidade afetiva dos casais, a capacidade de enfrentar as mudanças e desafios de forma realista, constante e equilibrada, bem como o respeito à história de vida e às características e singularidades das crianças/adolescentes, são preditores de uma boa adaptação”, explica a psicóloga.

Hoje, em Joinville, há 429 famílias habilitadas à adoção e cadastradas nos sistemas CUIDA e SNA. No momento, há cinco crianças disponíveis no sistema de Busca Ativa do Estado. São crianças maiores, fora do perfil dos pretendentes habilitados. As crianças menores, assim que disponíveis à adoção, logo são encaminhadas.

“As adoções tardias que envolvem grupos de irmãos geralmente não demandam uma longa espera. No caso dessa família, a espera foi de poucos meses. A maioria das pessoas habilitadas na nossa comarca deseja crianças de zero até cinco anos de idade, brancas ou pardas, sem demandas de saúde sérias. Quando se dispõem a isto, poucas famílias aceitam grupos de irmãos de até três crianças. Para crianças maiores, quando não há pessoas habilitadas em Joinville, a Vara da Infância recorre a outras cidades do Estado ou do país e, ainda, ao Sistema de Busca Ativa, em que os pretendentes, previamente habilitados, conseguem ver as informações das crianças e as fotos. Muitas adoções têm sido realizadas por meio desse sistema na comarca”, enfatiza Julia.

As meninas da nova e feliz família joinvilense têm de zero a sete anos de idade e não se desgrudam. Os pais, já habituados à vida corrida, relembram que o primeiro mês foi de adaptação, mas tudo se encaixou como deveria. “Eu acho que tudo acontece no tempo certo. Foi muito bom que a gravidez e as meninas chegassem juntas. Elas são unidas, mesmo com a caçulinha: abraçam, beijam, penso que serão superparceiras”, comemora a mãe.

E ela ainda finaliza: “Engravidar e adotar não é igual, mas as duas coisas são muito especiais e não existe um amor que seja maior que o outro! E a questão de adotar grupos de irmãos ou crianças mais velhas, as pessoas têm uma falsa ideia de que é mais difícil. A adaptação das três foi maravilhosa, e acredito que, porque estavam juntas, se sentiam seguras, e elas se ajudam e nos ajudam.”

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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