Voltar Cejusc obtém acordo após 7 sessões de mediação. "Não há limite para diálogo", diz juíza

Mais um fato inédito foi registrado no mês de abril no Vale do Itajaí. A equipe do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Blumenau, que já realizou uma sessão de mediação com mais de 9 horas de duração, intermediou a celebração de acordo após sete sessões marcadas sucessivamente.

O mediador Telmo Tadeu Cardoso Vieira, responsável pelo caso, revela que desde a primeira sessão de mediação as partes perceberam a necessidade de conversar sobre o problema. "Posteriormente, a cada nova sessão, elas notavam que precisavam continuar conversando. O acordo, ao final da sétima sessão, foi apenas uma consequência dessa construção, sendo necessário destacar a importância dos advogados das partes, Janaina Melissa Grahl Sasaki e Gerson José do Nascimento, na resolução do conflito. Acredito que sem eles não teríamos chegado a este lugar de consenso", afirma.

A juíza Quitéria Tamanini Vieira Péres, coordenadora do Cejusc de Blumenau, destaca o excelente trabalho do mediador, que atua naquele Centro Judiciário há dois anos, e recorda que as sessões subsequentes só são marcadas quando as duas partes querem continuar a conversação. "Não há limites para o diálogo. Enquanto as pessoas querem conversar, negociar e pensar em novas propostas, esse interesse deve ser respeitado, honrando o tempo das pessoas envolvidas no conflito, o qual nem sempre coincide com o tempo das leis e das pautas judiciárias. Cada pessoa tem um tempo próprio para refletir", observa.

Telmo destaca ainda que frequentemente as partes não estão preparadas para dialogar, mas os mediadores são treinados para superar essa resistência. Neste caso, o tempo e o diálogo entre as partes colocaram fim ao processo iniciado em 2016, que tramita na 4ª Vara Cível da comarca de Blumenau e trata de uma dívida de condomínio. 

"Penso que nós mediadores nunca estamos prontos, mas em constante construção. Essa mediação foi mais um dos tantos aprendizados que tive na minha jornada de pacificação. Levo a lição de que cada pessoa tem o seu tempo para absorver o problema em que está envolvida, e assim também precisa ter o tempo necessário para encontrar a solução. E se esse tempo é alcançado em sete ou mais sessões, cabe ao mediador acompanhar e empoderar a pessoa durante toda a caminhada", finaliza.

Todas as audiências ocorreram de forma on-line e só foram possíveis com o auxílio da conciliadora Luri Maria Zulian Vieira, esposa de Telmo, responsável pelo suporte de TI. Ela foi responsável também pela criação do link para as sessões virtuais, sua disponibilização ao processo e encaminhamento aos procuradores e procuradoras. Além disso, Luri auxiliou na parte de tecnologia durante a realização das audiências.

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Imagens: Divulgação/Freepik
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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