Voltar Cerca de 60 entidades trocam experiências de comunicação não-violenta no fórum de Chapecó

O Salão do Tribunal do Júri, onde acontecem julgamentos de crimes contra a vida, ganhou novo ar na última sexta-feira (20/9). Flores enfeitaram as mesas do juiz e dos jurados. Teve música ao som de saxofone executado por um professor da Escola de Artes de Chapecó. É que no local reuniram-se representantes de escolas, entidades que atendem pessoas em tratamento de saúde, associações esportivas, culturais e de segurança, enfim, instituições que lidam com pessoas dos mais variados ânimos todos os dias. As diversas maneiras para evitar conflitos foram expostas na quarta edição do projeto De Mãos Dadas Pela Paz, realizado no fórum da comarca de Chapecó pela Central de Penas e Medidas Alternativas (CPMA).

Todos que entraram no fórum foram surpreendidos com a abordagem de alunos do Pré-Escolar do Centro de Educação Infantil Municipal Aquarela. O Ceim funciona no mesmo bairro onde está o fórum de Chapecó e atende 430 crianças do Berçário ao Pré. Com cinco ou seis anos, os pequenos entregaram cartões que levavam mensagens de paz confeccionados com muita criatividade pelas famílias dos educandos. Como os próprios alunos diziam na abordagem, "um cartão para não brigar".

A temática deste ano foi "Comunicação Não-Violenta". O encontro iniciou com a palestra da diretora executiva do Grupo de Apoio a Pessoas com Aids (Gapa), Roseli Malacarne Santander. Baseada no livro Comunicação Não-Violenta, de Marshall Rosenberg, ela ressaltou orientações para que a comunicação aconteça de maneira eficiente. "Podemos começar observando sem julgar. Depois expresse sua vulnerabilidade e ofereça sua empatia. Pergunte antes de oferecer conselhos e não tome as mensagens como pessoais. Aí é só esvaziar a mente e ouvir de coração aberto. Depois de observarmos, podemos falar sobre nossos sentimentos e necessidades para então fazermos o pedido do que gostaríamos que a pessoa mudasse em seu comportamento, por exemplo", destaca Roseli.

De acordo com a psicóloga e coordenadora da CPMA, Andressa Beduschi Borges da Silva, os projetos desenvolvidos com beneficiários de penas alternativas comprovam a eficiência do diálogo, visto que a reincidência dessas pessoas é quase zero. Em 2018, apenas dois voltaram a cometer crimes. "Buscamos um mundo menos violento. A tendência do ser humano é retribuir com o mesmo tratamento que recebe. Então precisamos nos expressar de maneira clara, ouvir o outro e nos colocarmos no lugar da outra pessoa para entendermos o que ela está sentindo. Devemos construir pontes na comunicação ao invés de muros", contribui Andressa.

Na manhã de quinta-feira (19/9), um grupo formado por profissionais da CPMA, Gapa e Conselho da Comunidade visitaram o Complexo Prisional de Chapecó. Diretamente, o grupo conversou com 40 internos e outros 618 apenados do regime semiaberto receberão material com orientações para o comportamento não-violento. No Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), 27 adolescentes conversaram com os profissionais e receberam os materiais informativos da campanha.

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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