Com uso de videoconferência para interrogar réus, júris são retomados em Itapema - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

Máscaras, álcool em gel, réus interrogados por videoconferência e respeito às regras de distanciamento social. Assim foi a retomada do júri popular após o início da pandemia de Covid-19 na comarca de Itapema, no Litoral Norte. A sessão desta quinta-feira (29/10) ocorreu no auditório da sede da OAB de Itapema e seguiu todos os protocolos e cuidados sanitários recomendados para o ato.

O Conselho de Sentença, formado por quatro homens e três mulheres, reconheceu a culpa dos réus. Eles foram condenados, individualmente, à pena de 19 anos e 10 meses de reclusão, inicialmente em regime fechado, pela prática dos crimes de homicídio triplamente qualificado - por dissimulação, motivo torpe e meio cruel - e de ocultação de cadáver. 

Segundo denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o crime ocorreu em julho de 2016, quando a dupla executou o homem acusado de estuprar a mãe dos réus e reconhecido por ela antes do homicídio. A dupla usou um artefato de cimento e um martelo para cometer o crime. Mais tarde, restou comprovado que o material genético encontrado na mulher após o estupro não correspondia ao homem morto por eles. Após a execução, os envolvidos ainda ocultaram o cadáver em meio à vegetação em local ermo na cidade de Itapema. Outros três réus envolvidos no crime foram julgados em 2018.

A sessão, iniciada às 9h e encerrada às 18h40min, foi presidida pelo juiz Marcelo Trevisan Tambosi, titular da Vara Criminal de Itapema, que ressalta que o júri transcorreu bem, facilitado pelo uso da tecnologia para dar continuidade aos trabalhos. A representante do Ministério Público foi a promotora de justiça Andréia Soares Pinto Fávero. E na defesa do réus atuaram as advogadas Lilian Cabral e Elisangela Ganzala Mariano Peiter. A dupla, que acompanhou o júri na Unidade Prisional de Itapema, não poderá recorrer da decisão em liberdade (Autos n. 0003331-67.2017.8.24.0125).