Voltar Conferencistas debatem gestão dos espaços de preservação da memória do Judiciário

Quem compareceu à Sala de Sessões Ministro Teori Zavascki na manhã desta sexta-feira (6/9), no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, teve o privilégio de viajar no tempo: as palestras do segundo dia do evento "História da Justiça e Museus Judiciários" trouxeram à tona experiências de trabalho e gestão em espaços de preservação da memória no Brasil e nos tribunais de Justiça de Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Embora a temática do evento remeta ao passado, o museólogo Cícero Antônio de Almeida lembrou que a afirmação de uma política nacional voltada aos museus é recente. "Uma das primeiras grandes lutas da política de museus foi a criação do que nós chamamos de Estatuto de Museus. Uma lei de janeiro de 2009, que é o marco que regulamenta as ações, a política de museus, suas atribuições. Poucos países têm uma legislação que fale exatamente da gestão de museus", explicou.

Como a obtenção de recursos para as iniciativas culturais é um desafio permanente, o museólogo destacou a importância dos editais de captação. Mesmo quando os valores são pouco expressivos, apontou o professor, as verbas têm grande importância na manutenção de espaços considerados modestos.

Exemplos de iniciativas realizadas sem privilégios orçamentários foram trazidas pelo desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, José Carlos Teixeira Giorgis. Ele dividiu experiências sobre seu trabalho apaixonado como diretor do Memorial do Judiciário do Rio Grande do Sul, relembrando a expansão da unidade ao longo de duas décadas. O magistrado apresentou particularidades do rico acervo mantido pela corte gaúcha, além de comentar a iniciativa de realizar casamentos coletivos no Palácio da Justiça. "Tentamos ser um centro de excelência da memória do Judiciário gaúcho", manifestou.

As atividades no Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo foram apresentadas por Bruno Bettine de Almeida, coordenador do espaço. A maioria dos visitantes, contou Almeida, é formada por estudantes de Direito. "Focamos nossas visitas na questão do que eles não vão aprender na faculdade", observou.

O Museu do Judiciário Catarinense também teve destaque na fala de Adelson André Brüggemann, chefe da Divisão de Documentação e Memória do TJSC. Ele fez menção especial à servidora aposentada Orivalda Lima Silva, que dedicou mais de 20 anos de seu trabalho à frente do museu.

Entre os arquivos do acervo catarinense, contou Brüggemann, encontram-se mapas, plantas, croquis, fotografias, documentos de identificação, exames médicos, jornais e outras peças que reconstroem lugares, cidades e costumes de épocas passadas.

"Percebe-se, assim, o quanto as atividades de identificação e catalogação da documentação existente no arquivo central do Poder Judiciário de SC foram, são, e certamente continuarão a ser nos próximos anos, fundamentais para disponibilizar à sociedade importante acervo de documentos antes indisponível para pesquisa", disse.

Imagens: Caco Álber
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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