Voltar Direitos Humanos: homens do TJSC refletem sobre um mundo melhor às meninas e mulheres

A campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que começou no dia 20 de novembro - Dia da Consciência Negra no país -, teve mais uma ação no último sábado (10), no Dia Internacional dos Direitos Humanos. Para marcar a luta pelo fim da violência de gênero, o Núcleo de Comunicação Institucional (NCI), do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), produziu um vídeo em que os homens do Judiciário refletem sobre um mundo melhor para as meninas e para as mulheres.

A assistente social Rosilene Aparecida da Silva, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid/TJSC), lembra que o Dia Internacional dos Direitos Humanos foi oficializado em 1950, dois anos após a assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). No decorrer dessas décadas, as mulheres tiveram conquistas como o direito à participação política, o direito ao voto e o direito de se divorciar.

“Mas foi somente com a Constituição de 1988 que as mulheres passaram a ser concebidas pela legislação brasileira de forma equânime aos homens. Tais conquistas de direitos contribuíram, de certa forma, para a autonomia e emancipação das mulheres; contudo, ainda estão presentes em nossa sociedade desigualdades econômicas e as violências de gênero, entre outras”, adverte a assistente social.

O psicólogo Matheus Ramalho, da Cevid, recorda que um dos objetivos da ação é que o homem possa assumir papel ativo contra a violência direcionada às mulheres, quando não se cala ao ver uma mulher vitimada e ao mudar comportamentos e hábitos, aparentemente inocentes, mas que carregam ofensas ao gênero feminino. Em razão disso, ele destaca a importância da inclusão de homens como parte da solução do problema da violência de gênero.

“Não parece suficiente que homens autores de violência recebam punição de forma tal que não sejam levados a refletir sobre seus atos e a se reposicionar ante aos conflitos de gênero, bem como se faz necessário levar esta discussão — a consolidação de um mundo mais seguro para as mulheres — para todos os homens e meninos abertos ao comprometimento com esta pauta”, destaca Matheus.

Para tratar da ampliação dos direitos das mulheres e da minoração de efeitos estruturais das iniquidades de gênero tão presentes em nossa sociedade, servidores, estagiários e magistrados do Judiciário catarinense se posicionaram acerca do exercício da masculinidade no dia a dia e seus efeitos, ao longo do tempo, na promoção de uma realidade mais justa e mais segura às mulheres. A história demonstra que mulheres passaram a ser destinatárias de uma série de direitos muito mais tardiamente que os homens e, ainda hoje, faz-se necessária a superação de problemas residuais de uma lógica social historicamente violenta e excludente contra as mulheres. 

 

O que você pode fazer para tornar o mundo um lugar mais seguro para as mulheres e meninas viverem?

“Educação. Divida, por exemplo, o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos. Pague e exija os mesmos salários para cargos iguais. Assédio sexual e racismo: tolerância zero. São pequenas ações que eu acredito piamente que possam mudar o mundo em que nós vivemos.”

Júlio César Machado Ferreira de Melo – desembargador

“É tratá-las com respeito. Respeito em todas as atitudes e em todos os gestos. O respeito a gente consegue através da alteridade. A gente consegue entender a outra pessoa se pondo no lugar dela, entendendo suas dores, suas angústias, seus desejos.”

Cleon Bassani Ribas – oficial de gabinete

“Um mundo melhor para as mulheres seria aquele onde nós, homens, passamos a entender a liberdade delas, incentivar o apoio e também dar o respeito. A presença feminina nunca foi, não é nem deveria ser vista como uma ameaça.”

Cristian Schilisting – estagiário

“Violência é incompatível com relação ao amor. Então nós precisamos, sim, de atos de amor em relação ao gênero feminino. Todas as mulheres, e não apenas um discurso. Nós precisamos de atos de amor.”

Alexandre Karazawa Takaschima - juiz

“É necessário que tomemos algumas atitudes para que possamos então reduzir tanto o patriarcado quanto o machismo. Exemplo: o homem deve pagar o mesmo salário que recebe a outras mulheres que exerçam o mesmo cargo. Dessa forma, ou seja, alcançando uma igualdade material entre homem e mulher, é que poderemos então ter um mundo seguro às mulheres.”

Edison Alvanir Anjos de O. Júnior – juiz

“O tema da equidade de gênero é um assunto que não interessa apenas às mulheres, ou pelo menos não deveria interessar apenas às mulheres. Isso deveria ser uma luta de todos nós, homens e mulheres.”

Arthur Pieper Neto - servidor

 

Assista ao vídeo:

 

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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