Voltar Entidades vão focar em 2019 na empregabilidade dos jovens em situação de acolhimento
As equipes técnicas que atuam no âmbito do programa Novos Caminhos estiveram reunidas na manhã de hoje (14/12) na sede do Senai, em Florianópolis, para fazer uma avaliação do programa em 2018 e projetar novas ações para o ano que vem. O encontro contou com a participação de magistrados, psicólogos e assistentes sociais do Poder Judiciário, além de colaboradores do sistema Fiesc. Um dos principais objetivos para 2019 é aumentar os índices de empregabilidade dos jovens em situação de acolhimento que participam do programa nas diversas regiões do Estado.
 
De acordo com a assessora da superintendência do Sesi, Sílvia do Vale Pereira, a ideia é identificar o que avançou em 2018 e que melhorias precisam ser implementadas em 2019. "Um ponto positivo foi a participação mais efetiva do Tribunal de Justiça, o engajamento da desembargadora Rosane Portella Wolff, e isso empoderou bastante a própria equipe técnica do Judiciário", destacou. Ela acrescenta que os empresários também estão se sensibilizando em relação à iniciativa. O programa conta hoje com o apoio de 70 empresas. Até o momento, 25% dos jovens que participam do Novos Caminhos conseguiram um emprego. "Queremos crescer. Nossa meta é fazer com que pelo menos 50% dos nossos jovens ingressem no mercado de trabalho", completa.
 
Na região da Grande Florianópolis, onde existem aproximadamente 100 adolescentes abrigados, o programa deu um salto significativo. "Há dois anos a gente não conseguia formar turmas, e esse ano nós conseguimos reunir 25 adolescentes. Desse número, nós conseguimos encaminhar cinco deles para o mercado de trabalho e outros seis para cursos de aprendizagem. Foi um ano muito produtivo para nós", ressalta a oficial da Infância da comarca da Capital Renata Medeiros da Rosa Perottoni. Segundo ela, a principal dificuldade para atrair os jovens ao programa era a sensibilização das casas de acolhimento. "Elas sempre achavam que dava muito trabalho incluir o jovem no programa e preferiam colocá-los no mercado de trabalho por outros caminhos. E nós conseguimos mostrar que era preciso preparar esse jovem antes de fazer essa colocação. E quando nós conseguimos sensibilizar, mostrar que o programa dá resultados, a gente também conseguiu atrair os jovens", pontuou.
 
A desembargadora Rosane Portella Wolff, responsável pela Coordenadoria da Infância e Juventude (Ceij), destaca que ao longo de 2018 foi feito um trabalho de aproximação com os 16 núcleos regionais. A ideia era trabalhar de modo individualizado as dificuldades de cada equipe. "Viajamos todas as regiões do Estado, tivemos contato com as equipes técnicas, com as casas de acolhimento, com os adolescentes, e isso foi muito importante para nós, porque nos permitiu conhecer as dificuldades que eles estavam tendo e como nós poderíamos intervir nessas situações. Penso que esse foi o grande diferencial em 2018. Agora, faremos um planejamento para 2019. Nós entendemos que o programa é das instituições, mas quem leva todo esse trabalho são as pessoas, por isso temos que trabalhar para que cada um se responsabilize pela sua parte e se engaje no programa", apontou a magistrada.
 
O professor Tiago Geremias de Oliveira, que trabalha com os jovens no âmbito do Novos Caminhos, atesta que a experiência com os alunos tem sido enriquecedora. "Na verdade é uma grande troca, uma oportunidade de compartilhamento em que eles trazem suas bagagens e nós, da equipe técnica, ajudamos com conteúdo externo que possa contribuir para a formação profissional deles. Procuramos também desenvolver neles o espírito empreendedor", frisa. Já a aluna Klenia Gastaldo Leczynski Gaedke, de 17 anos, comenta sobre sua participação no programa: "Tem sido uma experiência bem diferente. No início eu não quis, mas depois de três ou quatro aulas eu me interessei bastante e hoje agradeço pela oportunidade. Já aprendemos muita coisa. Com certeza esse programa vai fazer muita diferença na minha vida. Eu super recomendo a todos os outros jovens."
 
A servidora do TJ Lilian da Silva Domingues, secretária da Ceij, destaca que a experiência tem sido desafiadora, sobretudo pela necessidade de articulação entre muitos atores que participam do programa. "O trabalho em rede sempre foi um grande desafio na área da Infância e Juventude. E o programa Novos Caminhos tem nos ensinado a aperfeiçoar essa forma de atuação. E ele tem feito muita diferença na vida desses adolescentes; a ideia é que a gente possa levar esse programa para o maior número possível de jovens", completa.
Imagens: Assessoria de Imprensa do TJ
Conteúdo: Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros, Daniela Pacheco Costa e Fabrício Severino
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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