Voltar Entrevista: "Vamos priorizar a orientação, prevenção e acompanhamento", aponta Soraya

Terceira mulher a ocupar o cargo de corregedor-geral da Justiça do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), a desembargadora Soraya Nunes Lins vai nortear a dinâmica do seu trabalho pela orientação, prevenção e acompanhamento. Antes dela, apenas as desembargadoras Thereza Grisólia Tang e Salete Silva Sommariva exerceram as mesmas atividades. Eleita com 49 votos em sessão do Pleno na última quarta-feira (4/12), a desembargadora será empossada no próximo dia 31 de janeiro para o biênio (2020/2022).

Com a experiência de quem já atuou por oito anos como juíza-corregedora, a desembargadora conhece com propriedade os desafios do cargo. "Penso que sensibilidade, bom senso, conhecimento, humildade e firmeza são qualidades essenciais para o bom exercício da magistratura em qualquer grau, especialmente como corregedor", disse a desembargadora, com mais de 30 anos no Judiciário. Natural de Florianópolis, a próxima corregedora-geral da Justiça também liderou a Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (Ceij). Antes de chegar ao TJSC, em 2010, a desembargadora Soraya Nunes Lins passou por diferentes regiões do Estado: Rio do Sul, Taió, Ituporanga, Trombudo Central, São Francisco do Sul, Joinville, Balneário Camboriú, Brusque, São José, Bom Retiro, Capinzal, Canoinhas, Lages e Capital. 

Assista o vídeo.

Confira a entrevista:

O cargo de corregedor-geral da Justiça parece ser extremamente desafiador. Qual ou quais qualidades são essenciais para enfrentar essa missão?

Tive a honra de trabalhar na Corregedoria-Geral da Justiça, na condição de juíza-corregedora por oito anos, atuando ao lado dos eminentes desembargadores Alcides Aguiar, Alberto Costa, Eládio Rocha, Newton Trisotto, Anselmo Cerello, Trindade dos Santos e Solon d'Eça Neves. Aprendi muito com cada um, tendo sido um período ricamente profícuo em que, no contato mais próximo com juízes, servidores, advogados e membros do Ministério Público, pude apurar o olhar sobre toda a estrutura judiciária com sua complexidade e desafio. Penso que sensibilidade, bom senso, conhecimento, humildade e firmeza são qualidades essenciais para o bom exercício da magistratura em qualquer grau, especialmente como corregedor.

Dos últimos 45 corregedores do TJSC, a desembargadora é a terceira mulher. Isso aumenta o desafio? E por quê?

Não entendo como desafio, mas sim como uma questão de responsabilidade. Nos últimos anos, a participação feminina tem se tornado mais atuante em todas as esferas profissionais, não sendo diferente no Poder Judiciário. A mulher povoa as universidades, ocupa cargos de relevância, demonstrando disciplina, perseverança, comprovada capacidade de trabalho e percepção mais sensível do mundo e do que ocorre a sua volta.

Quais são seus planos e metas para aperfeiçoar os serviços do Judiciário?

A Corregedoria não é um órgão isolado, embora apresente peculiaridades próprias. Atuarei em consonância com o plano de gestão delineado pela administração conduzida pelo presidente eleito, desembargador Ricardo Roesler, cujas bases são diálogo, informação, integração e inovação, aspectos essenciais de uma administração moderna. Acrescento, dentro das características inerentes à atividade correcional, a necessidade de priorizar a orientação, prevenção e acompanhamento. Considero importante me inteirar mais profundamente dos programas em curso na atual gestão liderada pelo eminente desembargador Henry Goy Petry Junior, o que farei durante o período de transição. Alicerçada na minha longa vivência de mais de 30 anos de magistratura, iniciada na comarca de Rio do Sul em 1985, enriquecida pela experiência adquirida nas sucessivas entrâncias, quando pude sentir a imensa carga de trabalho existente, buscarei centrar também na otimização do enfrentamento do grande volume de serviço com que os nossos magistrados e servidores deparam diariamente, respeitando as particularidades de suas unidades jurisdicionais. Ressalto que contarei com a competente participação do desembargador Dinart Francisco Machado, que responderá pela Corregedoria do Foro Extrajudicial, com quem já tive o privilégio de trabalhar quando também exerceu a função de juiz-corregedor.

Qual a mensagem que a desembargadora gostaria de enviar aos servidores e magistrados?

Tenho presente a complexidade crescente da dinâmica social, da radicalização política, dos preconceitos arraigados no pensar e no agir, tudo a refletir na aplicação do direito, acentuando o já por si difícil ato de julgar. Tenho também presente que o Poder Judiciário constitui o último refúgio do cidadão, sua esperança em obter seu direito reconhecido, e que cabe aos membros da magistratura, consideradas as dificuldades inerentes à atuação judiciária, corresponder aos anseios de justiça do cidadão que busca, ao abrigo da lei, a satisfação do seu direito. Afirmo, com convicção, que a magistratura e os servidores que integram o Poder Judiciário catarinense se destacam pela dedicação e competência, honrando o mister que lhes é atribuído.   

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

Copiar o link desta notícia.