Voltar Escoteiros simulam júri para condenar grupo que matou e comeu amigo para não morrer

Um crime polêmico foi a julgamento no Salão do Tribunal do Júri, no Fórum da comarca de Chapecó. Consta nos autos que, enquanto cinco homens se aventuravam na exploração de uma caverna, ocorreu um deslizamento de terras que fechou a única entrada. Eles ficaram impossibilitados de sair, sem comida e água, por muito tempo. Os exploradores decidiram, então — por ideia da vítima — que um deles iria servir de comida para os outros quatro, de forma a garantir a sobrevivência do grupo. A escolha foi feita por um jogo de dados que um deles carregava no bolso. No 23º dia de confinamento, o rapaz foi morto pelos demais.

A história é forte e divide opiniões. A situação é narrada no livro “O caso dos exploradores de caverna”, do jurista britânico Lon L. Fuller. Publicada em 1949, a obra fictícia ainda norteia aulas dos cursos de Direito, principalmente no primeiro ano da faculdade, pela complexidade do caso e pelos vários posicionamentos proferidos durante o júri dos acusados.

Na sessão simulada no fórum de Chapecó, com duração de aproximadamente duas horas, foram os escoteiros que vivenciaram o julgamento. Cada personagem da história foi representado por um membro da Tropa Sênior Marumbi, do grupo Escoteiro Xapecó. Os participantes têm entre 14 e 18 anos de idade. O público do júri foram os pais dos adolescentes que acabaram por condenar os réus, com majoração de pena para um deles.


 

O chefe da Tropa, Eliandro da Silva Luz, explica que o escotismo segue uma progressão pessoal de cada jovem. E, entre as atividades, está um júri simulado que, normalmente, é realizado na sede do grupo.

“Nosso principal objetivo é despertar nos jovens a importante missão constitucional do poder judiciário de realizar Justiça, fortalecer o Estado Democrático e fomentar a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, por meio de uma efetiva prestação jurisdicional. Podendo, assim, provocar nos jovens o desejo de também serem protagonistas nessa importante missão”, destaca o chefe.

Para acessar o espaço físico do fórum, o grupo contou com uma ajuda especial. O técnico de suporte em informática do fórum da comarca, Régis Almir Batista da Silva, fez parte do Movimento Escoteiro por muitos anos e hoje é colaborador do grupo Escoteiro Xapecó. Dessa maneira, pode auxiliar na liberação do uso do espaço. E como o TSI, com frequência, é responsável pela parte técnica das sessões reais da comarca, também cuidou da parte operacional dessa simulação de júri, ao garantir a exibição de áudios, fotos e vídeos necessários para os trabalhos.

“Foi muito bacana ver esses jovens terem que estudar o caso e a legislação penal. E ainda conhecer a dinâmica de um júri”, concluiu o servidor, que também atuou como fotógrafo na ocasião. 

Imagens: Divulgação/Comarca de Chapecó
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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