Voltar Estagiária de Joinville será intérprete em estudo de caso de família venezuelana

Nascida no Paraguai e naturalizada brasileira desde 2016, a estagiária de Direito Ruth Beatrix Steinberger Cikel, da 2ª Vara Cível da comarca de Joinville, articula fluentemente o idioma português, mas ainda se recorda das dificuldades enfrentadas pela barreira linguística nos primeiros anos após a imigração.

Por isso, quando recebeu no e-mail corporativo uma mensagem que buscava uma intérprete de espanhol, logo respondeu positivamente ao chamado. Ruth colaborará na fase final de um estudo de caso que envolve uma família de venezuelanos.

“Para não haver prejuízos quanto à compreensão e conclusão do conteúdo técnico, o perito solicitou ao juízo que fosse designada uma pessoa que pudesse acompanhar o ato e formalizar a tradução, contemplando o que é necessário para que o processo tenha a produção de uma prova válida e eficaz para resolver a questão da família”, explica o juiz Gustavo Schwingel, titular da 1ª Vara da Família.

“Foi uma grata surpresa a oportunidade de ser intérprete. Considero de extrema importância, levando em conta que Joinville é uma cidade industrial que atrai imigrantes de diversos países latinos que colocam suas expectativas de recomeço de vida no Brasil, a iniciativa de ofertar-lhes entendimento do pleito judicial no idioma de origem, o que certamente fará que se sintam acolhidos e confiantes no Poder Judiciário, o qual manterá seu propósito de justiça compreendendo o que foi pretendido”, frisa Ruth.

O magistrado ressalta também que casos que envolvem conflitos familiares já implicam desgaste emocional para ambas as partes, por isso a ideia é se desprender do formalismo, sem prejuízo na formação da prova.

“O objetivo é permitir que, dentro do contexto do local, as pessoas que estão juntas no ato permaneçam em uma situação tranquilizadora.” Schwingel enfatiza ainda a importância de contar com uma pessoa habilitada e disposta a essa missão dentro do quadro de servidores. “É reconfortante encontrar essa pessoa no próprio Judiciário, e não só pela questão técnica. Isso nos mostra que temos uma multiplicidade e ampla capacidade de atender e colaborar.”

E, para Ruth, atender ao chamado tem um significado bem simples: a vontade de evitar que o próximo venha a passar pelas mesmas dificuldades enfrentadas por ela, em um passado não tão distante. “Queria que alguém tivesse me ajudado lá atrás”, admite.

Imagens: Divulgação/Comarca de Joinville
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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