Voltar Inteligência artificial e jurimetria, sem esquecer das pessoas, ditam caminhos da DTI

Para encerrar a série de entrevistas com os diretores recém-empossados no Tribunal de Justiça, o Núcleo de Comunicação Institucional (NCI) conversou com o diretor de Tecnologia da Informação, Daniel Moro de Andrade.  Natural de Florianópolis, típico manezinho da Ilha, Moro é casado com Denise Duarte Moro e pai da pequena Beatriz Duarte Moro, a Bea.

É formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com especialização em Gerenciamento de Projetos, Governança de TI, Gestão Estratégica e Big Data. Atualmente, é mestrando em Administração com foco em Desempenho Organizacional e Governança de TI.

Ingressou no Judiciário em 2010, lotado na Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI). Para os próximos dois anos, no comando da DTI, o foco é melhorar o investimento em infraestrutura de TI, processos e pessoas para facilitar e potencializar o trabalho no Judiciário, e com isso proporcionar ao jurisdicionado catarinense a melhor experiência possível.

Acompanhe como foi a entrevista:  

Você tem experiência na área de gerenciamento de projetos em tecnologia da informação. Quais atividades poderia citar como mais importantes?

A DTI é uma diretoria que trabalha movida por projetos. Faz parte do nosso dia a dia. Como exemplo, no último biênio, foram 77 projetos entregues. Sempre com foco no que importa e no propósito, garantido pela entrada única de demandas. Isso demonstra a dimensão e a atuação estratégica da TI no Poder Judiciário catarinense.

Mas, dos últimos projetos da DTI, posso citar o “Ecossistema eproc”, com o sistema de processo eletrônico em si e os outros sistemas e aplicações que o cercam. Passadas as etapas de implantação do sistema, bem como de migração dos dados e consolidação da solução de processo digital, os novos projetos vêm com o foco de “potencialização do eproc”. Projetos como a Jurisdição Ampliada, a Contadoria Unificada, Integração com a Consulta à Jurisprudência, Juízo 100% Digital e uso de mecanismos de inteligência artificial demonstraram muito valor ao negócio.

Mais algum que queira elencar?

A implantação do ERP, um projeto de grande volume que envolve diversas diretorias, tem tido participação da DTI tanto na execução quanto na gerência, buscando garantir o sucesso da iniciativa em prestar informações e disponibilizar dados.

De outro norte, soluções para o trabalho não presencial, como o desenvolvimento do PJSC-Conecta, a contratação do MS Office 365 e a compra e distribuição de equipamentos para magistrados e servidores foram projetos desafiantes. Isso sem contar os projetos estruturantes, que pouco aparecem, mas que sustentam toda a infraestrutura de TI do Poder Judiciário catarinense.  

Como analista de sistemas, você participou da implantação do Business Intelligence – BI no PJSC. Como foi esse processo?

Esse foi um projeto inovador e que trouxe uma imensa satisfação pessoal e profissional. Minha atuação no PJSC, desde a posse, sempre envolveu a utilização de dados e informações institucionais para apoio à tomada de decisão. Desta forma, o projeto de implantação do BI ajudou na construção e implantação da cultura de dados na instituição. Foi uma construção feita a várias mãos e que vem trazendo dinamismo e assertividade nas decisões estratégicas do PJSC. É uma área em que há expansão de atuação, com aplicação de mecanismos de inteligência artificial, uso de big data e utilização de conceitos e práticas de ciência de dados. Organizações inovadoras usam novas tecnologias e insights para dar um passo adiante e repensar toda a sua estratégia, ou até mesmo criar modelos de negócios novos e criativos. Por isso a cultura do uso de dados é de suma importância.

A pandemia mudou a forma de trabalho e a prestação de serviços. Com isso, a tecnologia da informação passou a ser vista com outros olhos e se tornou indispensável. O que ficou de aprendizado com tudo isso?

Eu tenho muito orgulho e sempre faço questão de exaltar que na pandemia a Justiça de Santa Catarina não parou. A tecnologia, sem dúvida nenhuma, auxiliou nisso. Em pouco tempo, magistrados e servidores estavam trabalhando completamente de casa, de forma remota. Considero uma verdadeira guinada rumo ao futuro, em que cada vez mais a transformação digital será essencial nas rotinas das instituições. Na pandemia, o trabalho remoto cresceu ainda mais e com ele a produtividade. Isso exigiu uma nova forma de gerir, mais ágil, moderna e baseada na confiança das equipes e focada em entregas. Mostrou também que temos que seguir sempre pensando em ferramentas que facilitem e potencializem o trabalho no Judiciário, com garantia de disponibilidade e de forma segura.

Com a digitalização de processos e o uso do sistema de peticionamento eletrônico, a produção no Judiciário se tornou praticamente toda virtual. Como será o empenho para o armazenamento e segurança de dados?

O investimento em infraestrutura de TI é tema costumeiro na realidade da DTI. Quando o processo passou a ser eletrônico, a garantia do armazenamento, segurança, disponibilidade e integridade passou também a ser atribuição da DTI.

O sistema eproc, mantido e desenvolvido internamente pela equipe, hoje conta com robusta estrutura de sustentação. E constantemente seguimos evoluindo para proporcionar ao jurisdicionado catarinense a melhor experiência possível. Afinal, o eproc é o Poder Judiciário.

A Justiça catarinense já utiliza robôs que auxiliam na prática de atos processuais. É possível fazer melhorias e ampliar a atuação dessa tecnologia?

No plano de gestão do presidente, desembargador João Henrique Blasi, esse tema é tratado com imensa importância e prioridade. Desta forma, estamos com alguns projetos já em andamento no que se refere ao uso de inteligência artificial e de mecanismos de automação de processos para que consigamos contribuir na melhor prestação de serviço. Principalmente com foco na celeridade e tratamento de grandes volumes, deixando de atuar no “varejo” para atuar no “atacado”.

Sua área de atuação e da equipe da DTI é muito dinâmica, e inovar faz parte da rotina. É possível dizer onde se pretende atuar de forma inovadora nos próximos dois anos?

Como dito antes, a transformação digital tem guiado a inovação. Vejo que o uso de mecanismos de inteligência artificial, apoiado na utilização massiva de dados e técnicas de jurimetria, traz grandes desafios e indica o caminho que devemos seguir.

Mas a inovação não é só tecnologia. São processos e pessoas. E em pessoas seguiremos investindo para que tenhamos um quadro ainda mais qualificado, inovando em métodos ágeis e modernos de trabalho, em gestão participativa e colaborativa, e proporcionando um ambiente seguro e agradável para que todos exerçam suas atividades laborais felizes.

Há previsão de investimentos na área da TI nas comarcas. O que se planeja para os setores das 111 unidades judiciais do estado?

Nosso braço de atuação no primeiro grau, nas comarcas, são os TSIs. Foram e seguem fundamentais no apoio às atividades. Desta forma, seguiremos proporcionando contínua capacitação à equipe de mais de 250 colaboradores.  A garantia de uma boa infraestrutura de rede de telecomunicação e equipamentos modernos são diretrizes da administração.

E claro, iremos sempre contar com a participação de magistrados e servidores na construção de soluções e avanços em sistemas que reflitam melhorias no dia a dia do primeiro grau de jurisdição. 

Imagens: Divulgação/TJSC
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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