Voltar Judiciário faz outubro também ser rosa para mulheres detentas de presídio feminino

Os laços nos cabelos, batom e flores da decoração tinham a cor símbolo da campanha que busca alertar as mulheres sobre o câncer que mais mata entre o sexo feminino, o de mama. Nesta semana, o assunto foi este no pátio do Presídio Regional de Lages. Cerca de 70 detentas se reuniram para ouvir Eloilse de Oliveira, do projeto "Alô, Elô", falar sobre a experiência com a doença. O projeto nasceu por incentivo do juiz Silvio Orsatto, da comarca de Lages. É por meio dele que Elô, que já foi servidora no Judiciário, tem chegado a mulheres e homens em palestras nas escolas, empresas, instituições e entidades para dar seu depoimento com foco na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer.   

Uma das primeiras perguntas feitas por Elô às mulheres buscou saber quantas conhecem alguém que teve o câncer. Um grande número levantou a mão porque mães, tias, amigas ou conhecidas receberam o diagnóstico. Umas se curaram, outras não, como uma das colegas de cela morta pela doença.

Presa há quatro meses por roubo, uma das participantes conta que a mãe retirou um seio faz quatro anos. Isso não bastou para que ela se preocupasse com a própria saúde. "O que a Elô falou é certo, sempre temos outras prioridades. É importante a gente ouvir histórias de quem passou por isso para tomar mais atenção. Quando sair daqui vou procurar fazer todos os exames possíveis", diz a mulher de 31 anos.

Os pais de Elô morreram de câncer. A irmã mais velha teve a doença na mama três vezes. Há nove anos, no dia de natal, ela descobriu um nódulo no peito. A notícia chocou. O tratamento, feito inteiramente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deu certo e a cura foi possível. "O assunto é chato, mas não me canso de falar porque essa doença mata", reiterou para as presas.

A enfermeira Luciane Dierksen integra a equipe multiprofissional do presídio. Ela conta que esta foi a primeira vez que todas as mulheres recolhidas na unidade se juntaram para um evento maior. Em outros anos, as ações ocorriam em pequenos grupos e locais distintos. "É importante que elas vivam esse momento. Muitas têm preocupação com a saúde, outras não. Informação nunca é demais".

O movimento do Outubro Rosa, campanha de conscientização que tem como objetivo alertar mulheres e sociedade sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e do câncer de colo do útero, segue em pauta em diversas comarcas catarinenses.

Em Campos Novos, ações desenvolvidas pela assistente social Edna Regina Bragagnolo Furtado marcaram a campanha na comarca, como exposição na entrada do prédio, visitas em todos os ambientes e entrega de material informativo e fixação de lacinhos nas portas de todas as salas. Os servidores foram convidados a se engajar e vestir camisetas na cor rosa, que simboliza a campanha.

Em Curitibanos, teve uma roda de conversa sobre prevenção do câncer de mama com servidores da comarca. O evento foi promovido pela Diretoria de Saúde do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Em Timbó, além da distribuição dos laços rosa para uso de todos os colaboradores e da fixação de cartazes pelas áreas comuns do fórum, houve também uma palestra da Rede Feminina de Combate ao Câncer para as servidoras e estagiárias da comarca.

Na região Oeste do Estado, o engajamento não é diferente. Na comarca de Descanso, por exemplo, os visitantes são recebidos neste mês com a seguinte frase no hall de entrada: "De lenço ou coroa, todas as mulheres são vencedoras!". O cartaz foi confeccionado com papel, tecido e boa vontade da chefe de Secretaria, Lisete Wohlmuth. Ela - com auxílio das agentes de serviços gerais, zelador e jardineiro - também é responsável por deixar o fórum cor-de-rosa neste período do ano, desde que a campanha iniciou no Brasil. Com tecido, plástico, madeira e fita, ela conseguiu cobrir as lâmpadas do jardim para que refletissem no prédio. "Queremos conscientizar as mulheres sobre o câncer de mama e incentivar o cuidado com a própria saúde", conta Lisete, que também organizou a distribuição de balas e lacinhos de fita rosa para os visitantes.

Na comarca de São Miguel do Oeste, os servidores e colaboradores utilizaram vestuário ou acessório na cor rosa para lembrar a campanha. Neste mês, a campanha também ocorreu para arrecadar alimentos, que foram doados para a família de um garoto de 12 anos que enfrenta leucemia. As dificuldades da família chegaram ao conhecimento dos servidores por meio da assistente social do fórum, Ivania Welter, e da oficial da infância Jocieli Scariot.

Imagens: Divulgação/Comarcas
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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