Voltar Maior erro da vida de empresário, por ele admitido, é traduzido em 40 anos de prisão

Um empresário de 45 anos, acusado de assassinar uma colega de trabalho e a ex-sogra a tiros, foi condenado a 40 anos e quatro meses de reclusão, em regime fechado, após sessão do júri realizada na comarca de Chapecó. O crime ocorreu em Nova Itaberaba e comoveu a população local. Os jurados, quatro homens e três mulheres, reconheceram as qualificadoras de feminicídio e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

No caso da jovem, foi considerada ainda a qualificadora de motivo torpe. A pena também foi acrescida porque o crime deixou órfão um menino de seis anos, filho da mulher, e os disparos foram efetuados no rosto da vítima. Desta forma, a pena pelo primeiro crime foi de 24 anos e, pelo segundo homicídio, mais 16 anos e quatro meses.

A sessão de julgamento durou mais de oito horas. Foram exibidos vídeos com depoimentos de nove testemunhas. Outras cinco testemunhas que seriam ouvidas em plenária foram dispensadas. O interrogatório durou pouco mais de 25 minutos e causou forte emoção nos familiares das vítimas que acompanhavam o júri. O acusado disse não lembrar do ocorrido. Preso preventivamente desde os assassinatos, pediu desculpas às duas famílias.

"Foi o maior erro da minha vida. Sei do imenso vazio que deixei no coração deles. Nunca mais serei a mesma pessoa", disse o réu. O júri foi presidido pelo juiz Jeferson Osvaldo Vieira. Na acusação esteve o promotor de justiça Felipe Schmidt. E a defesa foi feita pelo defensor público Rodrigo Scarpelini Gonçalves de Freitas. O crime ocorreu em 28 de maio de 2018, quando o homem abordou a moça no caminho para o trabalho, em Chapecó, e a levou para o interior de Nova Itaberaba, onde o acusado morava. Ao chegar na residência, a jovem tentou fugir. Seminua, correu em busca de ajuda, mas foi atingida por sete tiros. Ainda conforme a denúncia, o homem seguiu para a casa da ex-sogra. Atirou duas vezes contra a mulher de 70 anos, que morreu no local.

Antes de encerrar a sessão, o juiz destacou a agilidade na tramitação do processo julgado na ocasião. O julgamento aconteceu um ano e seis meses depois dos crimes, bastante complexos. "Isso representa o compromisso de todos nós juízes de cumprir a jurisdição de maneira célere. Mas é preciso registrar que trabalhamos com alguns desestímulos como a Lei do Abuso de Autoridade e um projeto de lei que prevê a atuação de dois juízes em cada processo. Não temos estrutura para isso! O andamento dos processos ficará tumultuado. Entendemos que a pressão da sociedade pode melhorar as coisas", desabafou o magistrado.

Imagens: Divulgação/Comarca de Chapecó
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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