Voltar Mediador internacional participa da 18ª Roda de Conversa na comarca de Blumenau

"A mediação e o seu efeito emancipador" foi o tema de bate-papo com o renomado mediador internacional e capacitador de mediadores Juan Carlos Vezzulla, durante a 18ª Roda de Conversa sobre Conciliação. O psicólogo argentino, mestre em Serviço Social e que transita em diversas áreas do conhecimento, falou sobre mediação e sua importância na pacificação social durante a manhã desta quinta-feira (11/10). O encontro ocorreu no auditório da Biblioteca da Universidade Regional de Blumenau, a Furb, e reuniu advogados, conciliadores e magistrados da comarca de Blumenau. 

"Recebê-lo aqui é um momento histórico para nós que começamos reunindo 18 pessoas e hoje contamos com a participação constante de aproximadamente 40 interessados no tema. Estar dentro da academia e contar com esta participação de renome é um privilégio, uma honra", citou a juíza Quitéria Tamanini Vieira Péres no início da conversa.

Vezzulla teve o primeiro contato com a mediação ainda na Argentina, e depois foi em busca de formação nos Estados Unidos e na Europa, ainda na década de 1980. Aqui no Brasil o trabalho começou no Paraná, inicialmente com palestras e depois com a criação do Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil (Imab), em 1994. Do Brasil para o mundo, o mediador ministrou e formou profissionais na América Latina e em países de língua portuguesa como Portugal e Angola.

"Quando começamos, nos anos 1980 e 1990, a mediação estava sendo introduzida como um sistema que iria trazer auxílio ao Judiciário, desafogando-o. Era um procedimento muito específico, para tratar questões pontuais, o que chamávamos de conflitos e depois até chamávamos de mediação de conflitos. Depois, quando começamos a exercer a mediação, percebemos uma transcendência social que ultrapassou esse conceito exclusivo de auxiliar, de desafogar", relembrou.

Ainda sobre as mudanças ocorridas ao longo dos anos e do trabalho de mediação, o especialista comentou a necessidade de entender a realidade das pessoas em conflito e a importância do papel do mediador para a resolução dos problemas entre as partes.

"Na mediação você tem que usar o seu saber principalmente para que eles se diagnostiquem, isso é o mais difícil. Uma coisa é eu te observar e dizer 'faça isso, isso e isso'. Outra coisa é eu avaliar para que vocês se escutem e digam 'ah! é isso que está acontecendo com a gente'. Nosso trabalho é estar presente para que eles dialoguem de outra maneira, para que possam se entender, se apropriar de si mesmos e assumir o controle da situação. É difícil, mas muito satisfatório", observou.

Vezzulla tirou dúvidas, citou as possibilidades da mediação, abordou temas ligados a conciliação e também falou sobre o perfil do mediador e locais de mediação; ainda deu dicas para que todos consigam excelência no trabalho de mediador e conciliador. A próxima roda de conversa ocorre em novembro. O projeto teve início em 2017, sob a coordenação da juíza Quitéria Tamanini Vieira Péres, titular da 1ª Vara Cível da comarca de Blumenau.

 

 

Imagens: Pamyle Brugnago
Conteúdo: Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros, Daniela Pacheco Costa e Fabrício Severino
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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