Voltar No Vale, servidores e magistrados dizem que produtividade aumentou no regime home office

Para ajudar no combate à pandemia de coronavírus, o Poder Judiciário de Santa Catarina determinou que magistrados e servidores de 1º e 2º graus de jurisdição adotem o regime de home office. Apesar da mudança de endereço - dos fóruns para casa -, as atividades continuam normalmente. Em Blumenau, com o acesso remoto aos sistemas SAJ e eproc, a rotina no trabalho remoto está bem parecida com o trabalho nos prédios das comarcas, com uma diferença: magistrados e servidores estão produzindo mais.

Para aproximar a equipe e manter a comunicação entre os servidores e a magistrada, a Vara da Infância e Juventude da comarca de Blumenau criou um grupo de WhatsApp temporário. Desde quarta-feira (18/3), data em que os servidores iniciaram o trabalho virtual, eles usam a ferramenta para tirar dúvidas pontuais, fazer acertos de processos nos sistemas e organizar questões sobre as audiências daquela Vara.

Para a juíza Simone Faria Locks, titular da Vara da Infância e Juventude de Blumenau, trabalhar de casa tem sido bastante produtivo. A magistrada avalia positivamente o trabalho exercido remotamente pela equipe e acredita que a produtividade de todos, se não mantida, poderá até mesmo aumentar. "Estou conseguindo dar encaminhamento aos processos pelo computador em casa, consigo acessar perfeitamente o eproc e o SAJ, tanto pelo VPN quanto pelo SAJ web. Tenho mantido a mesma rotina que tinha no fórum, mas em casa você não tem telefone para atender, não tem dúvidas do servidor no gabinete, não tem partes e advogados para atender e então o trabalho flui muito bem. Como você fica sozinho e não tem nada que lhe tire a atenção, o trabalho flui", cita a magistrada.

Em Indaial, o secretário do Juizado Especial Cível e Fazendário daquela comarca, Anderson Luz dos Santos, conta como a forma de trabalho mudou nesta semana e detalha como tem sido produtiva a rotina de home office. Na sexta-feira (20/3), ele cumpriu plantão no Fórum de Indaial, mas desde o Decreto Estadual n. 515/2020, que instituiu emergência em todo o território catarinense na noite da última terça-feira (17) para combater a pandemia de coronavírus, ele tem trabalhado virtualmente.

Organizar-se e conversar com os moradores da casa é essencial, segundo o servidor. Em casa, Anderson conta que o primeiro passo para manter uma rotina de trabalho em regime de home office foi combinar as regras com a família e criar uma nova rotina com a mulher e os dois filhos - um menino de seis anos e uma menina de um ano. "É preciso se policiar para ter rotina, tem que ter regra, pois mudou completamente a forma de trabalho. Com as crianças em casa, elas não entendem direito como que eu estou trabalhando se eu não saí de casa e não fui para o fórum. Mas eu posso afirmar que a produtividade não decai. No meu caso, estou três vezes mais produtivo porque 60% do meu trabalho na comarca compreende o atendimento ao público, e em casa isso não acontece. Muita gente tem receio do trabalho remoto, mas eu acredito que este momento possibilitará uma mudança comportamental geral. Aliás, vale ressaltar que o acesso ao eproc é muito mais simples e ágil", frisa o servidor que em home office atua na parte cartorária do Juizado.

Ele menciona ainda a importância de seguir as orientações das autoridades sanitárias e governamentais. "Estamos vivendo um momento histórico e com certeza isso passará, e também haveremos de ter muitos aprendizados, basta seguirmos com fé em Deus". No Litoral, a equipe da Vara da Fazenda Pública, Execuções Fiscais, Acidentes de Trabalho e Registros Públicos da comarca de Itajaí também tem usado a tecnologia para manter o trabalho em dia. O que mudou na rotina foi a forma de contato entre eles. Isolados socialmente, assessores, analistas, estagiários, chefe de cartório, técnicos e magistrada se comunicam via e-mail, Pandion e através de um grupo de WhatsApp.

Os servidores e os estagiários estão cumprindo o horário de expediente habitual, mas em regime de trabalho home office e com o atendimento ao público externo sendo feito por e-mail e por telefone. Sem o contato presencial com os jurisdicionados, a equipe se sente mais produtiva na resolução das demandas. "É uma forma diferente de trabalhar, pois ao mesmo tempo em que a ausência de atendimento presencial proporciona maior concentração nas atividades, se consegue atender os interesses da família, especialmente dos filhos", ressalta a juíza Sonia Maria Mazzetto Moroso Terres, titular da Vara da Fazenda Pública, Execuções Fiscais, Acidentes de Trabalho e Registros Públicos da comarca de Itajaí.

Imagens: Divulgação/PJSC
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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