Pedreiro é condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato da ex-mulher na Capital - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

Tribunal do Júri em Florianópolis formado por seis mulheres e um homem condenou a 12 anos de prisão, em regime fechado, um acusado de homicídio duplamente qualificado da ex-mulher. Reunidos nesta quinta-feira (29), os jurados aceitaram a tese da promotoria de que o delito foi praticado por motivo torpe e de que a vítima não pôde se defender. A representante da Defensoria Pública do Estado vai recorrer.

O crime ocorreu em 24 de abril de 2010, no Itacorubi, por volta das 23 horas. Separado havia quatro meses da ex, o homem, pedreiro de profissão, suspeitou que ela se relacionava com outra pessoa e, por ciúme, desferiu quatro facadas no peito da vítima, uma delas no coração. O casal tinha duas filhas - de oito e 12 anos à época dos fatos. Desde então, o assassino estava foragido e foi preso às vésperas do julgamento. "Faz oito anos e nove meses que estou esperando por justiça", desabafa a madrinha e irmã mais velha da vítima. É a segunda irmã que ela perde assassinada - a outra, mais nova, foi morta pelo namorado há seis anos, em outro crime motivado por ciúme. A mãe da vítima, de 78 anos, preferiu não comparecer ao julgamento; o pai já é falecido.

"Ninguém esperava que ele fosse matar alguém, ainda mais a ex-esposa, estou triste por ele, por ela e pelas filhas", disse o irmão do réu, bastante abalado. A Lei do Feminicídio (assassinato de mulher em razão do gênero) entrou em vigor em 2015, cinco anos depois dos fatos, por isso o crime não foi enquadrado nessa nova diretriz. A propósito, Santa Catarina registra uma média de 50 delitos dessa natureza por ano - quase um por semana. Em todo o Brasil, ocorreram 946 feminicídios em 2017. Presidido pela juíza substituta Mônica Bonelli Paulo Prazeres e acompanhado por poucas pessoas, o julgamento durou 7 horas.