Voltar TJ e Secretaria do Estado de Educação unidos na prevenção da violência doméstica

O Tribunal de Justiça recebeu hoje 150 profissionais da rede municipal e estadual de ensino para o último encontro do projeto "Formar para Transformar: a atuação da escola na prevenção da violência contra a mulher". Iniciativa conjunta da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cevid) do TJ e da Secretaria Estadual de Educação, o projeto promoveu encontros mensais com os profissionais desde agosto do ano passado, no total de 20 horas de atividades. A desembargadora Salete Silva Sommariva, ao abrir o evento, agradeceu a presença dos professores e palestrantes: "Este projeto tem tudo para fazer uma grande diferença na sociedade".

A professora Jânia Sucupira, da Escola Romero de Miranda Gomes, de São José, afirma que depois dos encontros sente-se mais confiante e respaldada para tratar sobre a temática em suas aulas. "Hoje visualizamos melhor a rede de proteção, sabemos para qual órgão devemos encaminhar os casos. Conseguimos mostrar aos alunos e suas mães que eles têm proteção e acolhimento, porque agora conhecemos o papel de cada instituição", relata.

A união entre o TJ e a Secretaria de Educação visa tornar as ações ligadas ao assunto muito mais perenes e significativas. "Resolvemos fazer a formação dos profissionais. Empoderar os professores. Resolvemos dar a eles a condição para lidarem com a temática com conhecimento científico, fazendo com que crianças e adolescentes se apropriem dos seus direitos", registra a coordenadora da Educação em Direitos Humanos da secretaria, Rosimari Martins. O objetivo do projeto é capacitar professores e diretores para que possam identificar e atuar na prevenção da violência doméstica.

"O jovem muitas vezes acaba testemunha das agressões. É importante que o profissional se qualifique para identificar e agir corretamente nestes casos", afirma Michelle Hugill, secretária da Cevid. O juiz Maurício Mortari, que atua desde 2011 em vara criminal especializada em casos de violência contra a mulher, ressalta que ações como esta são essenciais para conter esse problema, que faz novas vítimas todos os dias.

Com palestra intitulada "Violência contra a mulher: tem que meter a colher", o magistrado explicou aos professores como o Judiciário age nesses casos e trouxe algumas experiências que são decorrentes de sua vivência como juiz. "Percebo que as mulheres que são submetidas a anos de violência não conseguem se libertar do agressor, seja por questões sociais, financeiras ou afetivas. A denúncia acaba sendo feita depois da interferência da família ou de alguém próximo. No caso das escolas, em que os professores estão em contato direto com as crianças, elas por vezes demonstram estar sofrendo violência ou haver violência no seio familiar. É aí que a presença deles se faz importante! Eles devem compreender a situação e levar isso ao conhecimento das autoridades", declara Mortari.

Depois da palestra, o juiz Maurício Mortari também participou de uma roda de conversa com a juíza Lílian Telles, titular do Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica de São José; Rosimari Koch (Secretaria Estadual da Educação); Helena Berton Eidt (psicóloga da CEIJ); Débora Caroline dos Santos Guimarães (Conselho Tutelar); Ludmila Malta e Carolina Young Yanes (Secretaria Estadual da Saúde). Nessa conversa, os integrantes do evento puderam refletir, debater e trocar experiências sobre o papel e a atuação do professor em sala de aula. A ampliação do projeto já está em pauta. Itapema deve recebê-lo a partir do mês de abril. "Pretendemos ampliar este projeto trazendo outras áreas que já pensam esta temática, como a saúde, assistência social e Ministério Público. Todas essas instituições já possuem ações pontuais, mas a ideia é que todas se alinhem neste único projeto", conclui Rosimari Martins.

Imagens: Ana Carolina Fernandes/Assessoria de Imprensa TJ
Conteúdo: Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros, Daniela Pacheco Costa e Fabrício Severino
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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