Voltar TJ instala Vara do Tribunal do Júri da comarca de Joinville para combater violência

A comarca de Joinville, localizada na maior cidade do Estado, ganhou nesta semana sua Vara do Tribunal do Júri, responsável pelo trâmite e julgamento dos processos que apuram crimes dolosos contra a vida. A nova unidade inicia suas atividades com 288 processos, sob a titularidade do juiz Luiz Felipe Canever, com a promessa de, a partir de agosto, promover duas sessões de julgamento semanalmente.

O Órgão Especial do Tribunal, responsável pela aprovação da unidade, realizou sessão extraordinária na tarde da última segunda-feira (16/7) para oficializar a instalação, saudada de forma unânime pelas autoridades que estiveram presentes ao ato. O presidente do TJ, desembargador Rodrigo Collaço, no comando da solenidade, ouviu elogios de todos os oradores que lhe antecederam na tribuna, montada coincidentemente no próprio salão do Tribunal do Júri da comarca de Joinville.

O procurador-geral de Justiça, Sandro Neis, garantiu apoio do Ministério Público e adiantou que a vara contará com dois promotores para agilizar seus feitos. "Não podemos ficar silentes diante desta triste realidade que é a violência", acrescentou. A juíza Karen Schubert, diretora do Foro, registrou o clima de união entre as instituições que atuam diretamente na área da segurança pública naquele município, com a autoridade de quem atuou por cinco anos na presidência de mais de 300 sessões do júri.

O prefeito de Joinville, Udo Döhler, fez coro ao discurso da magistrada e destacou a qualidade do Judiciário na comarca. "Se por um lado lamentamos a insuficiência de magistrados, festejamos poder contar com juízes competentes e comprometidos em nossa cidade", afirmou. O advogado Maurício Voos, pela OAB, e o coronel Araújo Gomes, comandante da Polícia Militar, também fizeram uso da palavra na oportunidade para elogiar a implantação da nova unidade.

A Vara do Tribunal do Júri surge como resposta ao crescimento do crime na região Norte do Estado, especialmente em Joinville. O fenômeno, iniciado entre os anos de 2014 e 2015, teve gênese na disputa pelo poder entre facções rivais, com registros de violência nunca antes vistos na cidade. O juiz Canever, por sinal, cita dois casos emblemáticos daquele período, julgados recentemente pela 1ª Vara Criminal - até então responsável pelas sessões do júri. Em um deles, faccionados decapitaram um rival, gravaram o ato pelo WhatsApp e atiraram sua cabeça em uma rua da comunidade.

Noutro, novamente em acerto de contas, um grupo invadiu um bairro para se vingar de desafetos e, após tiroteio, além do rival, foi morta uma criança que estava no colo da avó - também ferida. Julgados, os condenados receberam penas superiores a 40 anos de prisão. Agora, com a vara específica, com magistrado, dois promotores, seis servidores e três estagiários, a expectativa é que a resposta da Justiça seja mais rápida e auxilie na luta contra a violência na cidade. 

Imagens: Ângelo Medeiros/Assessoria de Imprensa TJSC
Conteúdo: Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros e Daniela Pacheco Costa
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

Copiar o link desta notícia.