Voltar TJ sedia abertura do Agosto Lilás, propício para discutir violência contra a mulher

Com a participação significativa de mulheres de distintas origens e ocupações, o auditório do Tribunal de Justiça abrigou nesta semana debate vital ao abordar agressões e formas de proteção ao público feminino na sociedade atual.

"Precisamos prevenir essa catástrofe que é a violência contra a mulher", disse, em alto e bom som, a desembargadora Salete Sommariva, coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do TJ, responsável pela mediação das discussões.

O evento abriu o debate oficial do "Agosto Lilás", instituído oficialmente na Capital por meio da sanção de uma lei municipal no dia 7 de agosto, com o objetivo de dar visibilidade à Lei Maria da Penha e sensibilizar toda a população sobre a importância da prevenção e combate à violência contra as mulheres.

No debate no TJ, que abriga até 28 de agosto a exposição "M. - Meu Lugar na Sociedade", do fotógrafo Gabriel Bonfim, participaram também a advogada Rejane Silva Sánchez, presidente da Comissão Estadual da Mulher da OAB-SC; a assistente social Luciana Telles Rodrigues Rovaris, coordenadora do Centro de Referência à Mulher em Situação de Violência da Capital; Roseli Pereira, coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres da Prefeitura da Capital; a ialorixá Jaciara Ribeiro, baiana fotografada por Gabriel Bonfim para a exposição "M."; a procuradora de Justiça Cristiane Rosália Maestri Boell; Maria Elisa da Silveira De Caro, secretária de Estado de Desenvolvimento Social; e a juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, juíza auxiliar da Presidência do TJSC.

Abaixo, as principais intervenções registradas durante os debates:

 

"Juízes passaram a ver de um modo diferente, mais eficaz, a situação da violência depois da Lei Maria da Penha. Essa agressão doméstica está diretamente ligada à desigualdade no país", advogada Rejane Sánchez (OAB).

 

"A Lei Maria da Penha ganhou importância na Justiça criminal. Agora, precisamos ir além e promover mais políticas públicas. As mulheres morrem dentro de casa. É preciso punir severamente e integrar a sociedade", juíza Carolina Ranzolin.

 

"Conseguimos dar visibilidade e números ao tamanho da violência contra a mulher. Isso ajuda a saber o tamanho da política pública para combater esse mal", Maria Elisa da Silveira De Caro, secretária estadual de Desenvolvimento Social.

 

"A Lei Maria da Penha dá mais embasamento às nossas ações, como medidas protetivas. Estamos unidos para combater esses papéis sociais impostos historicamente", procuradora de justiça Cristiane Boell.

 

"A lei necessita de melhorias como centros de referência. Não basta ter vontade, a lei não quer só criminalizar, mas capacitar pessoas para atender cada vez melhor a mulher", Luciane Rovaris, coordenadora do Centro de Referência à Mulher em Situação de Violência da Capital.  

 

"É um tema pertinente, mas que dói. Ser uma mulher negra do candomblé não é fácil. As pessoas continuam matando. Mas hoje temos aparatos para dar visibilidade a essa agressão. O amor e o respeito ao outro é que vão mudar isso", Jaciara Ribeiro, ialorixá baiana.

 

"Temos dentro de nós o bem e o mal. O amor incondicional vai fazer com que despertemos cada vez mais o bem", desembargadora Hildemar Meneguzzi (TJSC).

 

"Quero que minha arte transcenda as fotos e dê voz a quem está gritando todo dia", artista Gabriel Bonfim.

Imagens: Divulgação/Hermes Bezerra
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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