Voltar Tribunal de Justiça promove debate entre homens pelo fim da violência contra a mulher

"Não sei como vou reagir se minha filha, um dia, for vítima de violência doméstica, ou se meu filho for o autor de uma violência contra a mulher". A frase do jovem pai, entrecortada pela emoção de sua própria reflexão, provocou o silêncio no ambiente que reuniu cerca de 30 homens, participantes do evento "Troca de Ideias". O encontro aconteceu neste dia 6, Dia nternacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher, durante toda tarde, no auditório Desembargadora Thereza Grisólia Tang, do TJSC, na Capital, promovido pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar - Cevid, com o apoio do Sindicato dos Servidores do Judiciário - Sinjusc. Já na entrada do prédio do Tribunal, a Cevid registrou a data com a colocação de um laço branco, símbolo do Dia, na lapela de magistrados, servidores e visitantes.

O "Troca de Ideias" surpreendeu ao provocar as mais diversas manifestações masculinas, de todas as idades e condições familiares, entre jovens e idosos, de 20 a 60 anos, filhos, pais, avôs, casados, namorados e solteiros, cada um falando das suas experiências domésticas e trazendo para o debate temas como machismo, feminismo, a paternidade, a parceria, o papel do homem e as relações com as mulheres. Os trabalhos foram conduzidos por Ricardo Luiz de Bom Maria, psicólogo da comarca da Capital; Ricardo Bortoli, assistente social da Prefeitura de Blumenau; Gilvan Vieira Pedra, psicólogo; e Rossano Lopes Bastos, assessor do Sinjusc. A apresentação no início dos trabalhos foi feita pela desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho, que representou a desembargadora Salete Silva Sommariva, coordenadora da Cevid. "Eventos como este são fundamentais para divulgar o lema de jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos para esta violência", lembrou a magistrada. Após uma breve abertura, a magistrada deixou que apenas os homens tratassem dos temas.

A troca de ideias trouxe assuntos domésticos, comuns e polêmicos, e também a discussão das origens e causas de violência e relações abusivas contra as mulheres. Depoimentos sinceros, emocionados e corajosos foram a tônica do encontro. "Os homens precisam discutir as mazelas do seu próprio machismo"; "A violência física contra a mulher é a barbárie, mas existem outras violências de exclusão da mulher", entre outras manifestações. Os debates foram ilustrados com a reprodução de quatro vídeos, sob o título "O Silêncio dos Homens", editados com depoimentos, provocações e visões masculinas sobre a violência contra a mulher.

A data de 6 de dezembro, Dia Internacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher, foi instituída no Brasil em 2007, pelo Decreto de Lei n. 11.489. O Dia lembra uma chacina no Canadá, em 6 de dezembro de 1989, quando 14 mulheres foram mortas por um atirador. Ele entrou numa sala de aula, numa escola politécnica, ordenou que os homens saíssem, atirando à queima-roupa contra todas as mulheres presentes. Em seguida, suicidou-se, deixando uma carta em que dizia não suportar ver uma mulher estudando engenharia. Diante de tal violência e absurdo, um grupo de homens canadenses resolveu transformar a data numa homenagem a essas mulheres e à luta dos homens pelo fim da violência contra as mulheres.

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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