Voltar Videoconferência debate os reflexos da pandemia nas famílias acolhedoras de Blumenau

Em meio à pandemia mundial, a juíza de direito Simone Faria Locks, titular da Vara da Infância e Juventude da comarca de Blumenau, participou do encontro on-line feito por meio de videoconferência com participantes e equipe técnica do projeto Família Acolhedora da Prefeitura de Blumenau, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Semudes). Este foi o primeiro encontro virtual desde o início do projeto, em 2018.

A Família Acolhedora tem como objetivo oportunizar o acolhimento de crianças e adolescentes que foram afastados do convívio familiar em razão de abandono ou quando a família está impossibilitada de cumprir sua função. Portanto, essas crianças e adolescentes necessitam de um lar temporário onde possam receber cuidado e proteção até que sua situação legal seja resolvida.

"O acompanhamento das famílias acolhedoras deve continuar mesmo em tempos de pandemia e com este formato garantimos segurança para todos. A participação da juíza e da promotora nesta reunião reflete o compromisso, a preocupação e a prioridade absoluta que é dada as crianças e adolescentes  acolhidos no município", cita a diretora de Proteção Especial da Semudes, Maria Augusta Koch Buttendorf.

Durante o encontro remoto, os integrantes compartilharam as suas experiências de acolhimento, citaram o desenvolvimento dos acolhidos e relataram os desafios e sofrimento do momento de entrega das crianças para as famílias adotivas. A magistrada acompanhou os relatos e ressaltou a importância destas famílias na vida das crianças e adolescentes: "O fato de vocês sofrerem com a entrega destas crianças e adolescentes é normal, claro. Afinal de contas, está acontecendo uma quebra de vínculos equiparada a um luto. Todavia, para acalmar o coração de vocês, pensem que significam uma esperança de uma vida melhor para eles, ou seja, uma preparação para que a adoção futura tenha mais chance de dar certo. Eu acho que vocês precisam se fiar nisto para ficarem fortes e tocarem a vida, assim como para receberem outra criança e/ou adolescente."

O serviço de acolhimento em Família Acolhedora atualmente conta 11 famílias e 15 crianças em acompanhamento nesta modalidade. Para ser uma família acolhedora, é preciso atender certos requisitos, como ter idade acima de 21 anos, independente de gênero e estado civil, residir há pelo menos um ano em Blumenau, não ter interesse em adotar e não possuir antecedentes criminais. As famílias passam por avaliação da equipe técnica para verificar se estão aptas a participar. Quem estiver interessado em fazer parte do projeto deve entrar em contato pelo telefone (47) 3381-6603 ou pelo WhatsApp (47) 99264-2015.

A assistente social do projeto, Nara Meurer, ressalta que o encontro on-line de sexta-feira (8/5) foi rico em vários sentidos: "Além de toda a troca das situações vivenciadas pelas famílias acolhedoras nesse cuidado e convívio com as crianças e adolescentes acolhidos, foi uma oportunidade de avançarmos enquanto serviço nesse período de isolamento social, possibilitando, com a disponibilidade de todos, esse contato virtual."

O acompanhamento, mesmo que on-line, neste momento de pandemia e de distanciamento social se faz extremamente necessário, conforme afirma a psicóloga Rafaela Pereira: "A tecnologia nos ajuda a estar próximos para acompanhar as famílias acolhedoras, prestar apoio e cuidado às crianças. O mesmo se estende aos cuidadores, orientar também quanto à reorganização da rotina com os pequenos, como também momentos de autocuidado do adulto, o modo como os adultos respondem/lidam com a situação muitas vezes reflete na criança. Criar momentos de troca entre eles é fundamental na rotina compartilhada."

Além da equipe técnica e da magistrada, a promotora de justiça em atuação na área da Infância e Juventude, Patricia Dagostin Tramontin, participou do encontro, que emocionou as famílias acolhedoras e também os profissionais em atuação no projeto da Semudes. Entre os relatos, as famílias comentaram sobre a expectativa das crianças e dos adolescentes pelo precioso momento da adoção e pelo próximo passo na vida.

Imagens: Divulgação/Comarca de Blumenau
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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