Dicas de gestão

Voltar Como contribuir para a inclusão de colaboradores PcDs na equipe?

Com a implementação de políticas públicas de inclusão de pessoas com deficiência (PcDs) no ambiente de trabalho, situação cada vez mais presente no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, é importante que os gestores estejam preparados para compreender a importância de acolher e de contribuir para que todos da equipe possam favorecer a inclusão de um novo colega PcD.

A inclusão da pessoa com deficiência tem início no aspecto atitudinal. O comportamento das pessoas pode se tornar o principal obstáculo para a adaptação. Sob este aspecto, um importante passo inicial é o conhecimento das terminologias corretas que devem ser utilizadas na interação com um PcD, como por exemplo: pessoa com deficiência visual, pessoa cega, pessoa com deficiência física, pessoa com deficiência auditiva, pessoa surda, pessoa com deficiência mental, pessoa com síndrome de Down. Em situações como essas, a pessoa deve ser colocada em primeiro lugar e, posteriormente, a deficiência. Quando não for possível identificar o tipo de deficiência, utilizar somente pessoa com deficiência.

Para compreender melhor os termos mais utilizados, o portal do Programa Integra traz importantes conceitos relacionados à acessibilidade e inclusão.

Dicas de comunicação e relacionamento

É possível afirmar que grande parte das pessoas não sabe como se comportar diante de uma pessoa com deficiência e que o convívio direto com PcDs é a melhor forma de aprendizado.

A forma correta de interagir com PcDs ainda é algo que gera muitas dúvidas. Para auxiliá-lo, apresentamos algumas importantes dicas que podem facilitar este processo:

  • Ao abordar uma pessoa com deficiência visual, identifique-se e faça-a perceber que você está falando com ela. Se pretende auxiliá-la, é sempre bom avisar, antecipadamente, sobre a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e outros obstáculos. Caso esteja acompanhada, dirija-se a ela, e não ao acompanhante.
  • Ao conversar com uma pessoa com deficiência física que utiliza cadeira de rodas, coloque-se no mesmo nível dela.
  • Na interação com pessoas com deficiência auditiva, acene para ela ou toque levemente em seu braço para que ela volte sua atenção para você. Posicione-se em sua frente, mesmo que ela esteja acompanhada de um intérprete. Dirija-se a ela e não ao intérprete.
  • No caso de pessoa com deficiência intelectual, você deve agir naturalmente. Ajude apenas quando realmente for necessário e não subestime sua inteligência. No caso de pessoa com paralisia cerebral, lembre-se que ela pode fazer movimentos involuntários com braços e pernas, ter dificuldades para andar ou apresentar expressões incomuns no rosto. Trate-a com naturalidade e respeite o seu ritmo. Tenha paciência ao ouvi-la, pois a maioria tem dificuldades na fala.

Cada tipo de deficiência pode gerar limitações ou dificuldades que exigem adequações específicas. Portanto, é fundamental que o gestor conheça as necessidades que precisam ser atendidas para possibilitar condições adequadas para o desempenho profissional. Para tanto, o melhor caminho é oferecer uma conversa aberta sobre o assunto, e compartilhar estas necessidades com a equipe para que todos possam aprender juntos. Em grande parte dos casos, a iniciativa dos PcDs, baseada em experiências profissionais anteriores e nas soluções já empregadas em seu cotidiano, resultará na solução das demandas de adaptação ou na indicação das melhores formas de atendê-las.

Alguns tipos ou níveis de deficiência podem exigir maior atenção dos gestores, sendo fundamental o respeito às diferenças, em especial na delegação de atividades, no acompanhamento e na avaliação do desempenho. Neste sentido, é importante estabelecer acordos de trabalho transparentes para todos da equipe.

Respeito às diferenças

A inclusão não permite nenhum tipo de discriminação. Como já mencionado, é necessário o respeito às diferenças e sobretudo a atuação no sentido de eliminar os diversos tipos de barreiras que dificultam o acesso a condições de igualdade.

Subestimar a competência ou a capacidade produtiva de um colaborador PcD, com delegação de tarefas menos complexas ou baixa exigência de produtividade, pode ser visto como uma forma de inferiorização ou discriminação. É importante que os gestores levem em consideração o tempo e as limitações, disponibilizando oportunidades para o desenvolvimento das habilidades do servidor com deficiência.

Também é necessário empreender esforços para possibilitar a realização das atividades laborais com autonomia. Assim, o gestor estará valorizando potencialidades, mitigando inabilidades e tornando a atuação do colaborador mais produtiva e eficaz. A depender do tipo de deficiência, será necessário que a instituição também invista na aquisição de mobiliários ou recursos tecnológicos que contribuam para a acessibilidade destes colaboradores.

É certo afirmar que a remoção de barreiras favorece a construção de uma consciência inclusiva e de uma coletividade solidária. Esse é um desafio para todos e, em especial, para o gestor público que tem, dentre outras, a responsabilidade de contribuir com a acessibilidade e a inclusão nos espaços que administra.

Como identificar barreiras?

O próprio colaborador PcD pode auxiliar na identificação de barreiras no ambiente de trabalho, sejam elas físicas (mobiliário ou estruturas de acordo com o desenho universal), tecnológicas (equipamentos ou softwares específicos), comunicacionais (pelos diversos meios de comunicação institucionais) ou atitudinais (comportamentos de colegas).

A eliminação de algumas destas barreiras, em especial as atitudinais, depende da contribuição de todos, tornando a atuação do gestor fundamental para a compreensão de alguns conceitos e da importância do acolhimento por meio da mudança comportamental.

Ainda, o próprio colaborador PcD pode facilitar a eliminação de barreiras físicas, por meio de sugestões sobre adequações necessárias no ambiente de trabalho como, por exemplo, a mudança de leiaute para facilitar sua locomoção.

A quem solicitar apoio?

A equipe multidisciplinar do Programa Integra está à disposição para acolher os colaboradores PcDs, identificar suas necessidades, orientar gestores e atuar para que estas necessidades sejam atendidas, com o objetivo de oferecer condições adequadas para que possam exercer suas atividades laborais.

Elaboração
Programa Integra