Como escrever um texto objetivo - Servidor - Poder Judiciário de Santa Catarina

A dica anterior tratou do estilo da escrita, como nos baseamos nas referências que encontramos no que lemos e no que vivenciamos para formarmos nosso próprio perfil como escritores.

Ainda que utilizemos expressões ou vocabulário técnicos, nosso estilo está registrado no texto, o qual deve ser construído respeitando a gramática e a sua finalidade.

Existem alguns parâmetros que auxiliam a confecção de textos objetivos e que também se propõem a compor um estilo eficiente para quem escreve.

A primeira regra refere-se aos verbos, os quais devem ser utilizados, preferencialmente, na voz ativa. A voz ativa dá clareza ao texto. Além disso, há uma premissa que não podemos ignorar: curto é melhor que longo. Isso vale para o tamanho das frases, mas também vale para o tamanho das palavras e, consequentemente, para o tamanho dos verbos.

Os verbos na voz ativa são curtos e facilitam a vida do leitor; ao escrevermos o verbo na voz ativa, nós visualizamos a ação. Além disso, quando somos precisos na escolha do verbo, não temos a necessidade de nos determos na frase para explicar o que queremos dizer: se alguém se afastou do cargo, não seria mais fácil usar o verbo específico? A pessoa renunciou? A pessoa se aposentou? A pessoa foi demitida?

A segunda regra diz respeito aos advérbios. Os advérbios são dispensáveis, ainda mais se utilizarmos verbos precisos. Quando escrevermos “a pessoa gritou estridentemente”, o advérbio é desnecessário, porque o verbo gritar já indica estridência. Isso é redundância e deve ser evitada.

Os adjetivos, de igual modo, costumam ser prescindíveis. Isso porque, na maioria das vezes, o substantivo já traz em seu conceito o que o adjetivo pretendia acrescentar. Na ideia de que a oração ficará bem apresentada, costumamos inserir adjetivos, os quais deixam as frases longas e enfadonhas. Adjetivos devem ser usados com moderação.

A terceira regra possui relação com os chamados pequenos qualificativos. Expressões como um pouco, meio, uma espécie de, um tipo de, bastante, muito, demais, quase, em certo sentido, diluem o estilo da escrita, deixando a oração imprecisa, o que pode gerar desconfiança no leitor.  Além disso, alguns adjetivos não permitem gradação. Algo fantástico não é pouco fantástico ou muito fantástico. É apenas fantástico.

Nosso estilo é construído à medida que temos confiança no que escrevemos e, se temos confiança no que escrevemos, transmitimos nossa confiança para o leitor por meio de textos objetivos, precisos e contundentes.