O estilo da escrita - Servidor - Poder Judiciário de Santa Catarina

Elaborar um texto exige de quem escreve algum conhecimento linguístico e gramatical, e a habilidade de concatenar as ideias de forma lógica e estruturada. Além disso, depois de pronto, o texto demandará um período de maturação, com releituras e revisões.

Nesse panorama, podemos incluir o estilo de escrita, o qual pode ser negligenciado pelo escritor, principalmente quando se escreve textos técnicos.

O estilo de escrita é um reflexo da nossa personalidade como escritores, seja na escrita criativa, seja quando nos expressamos como advogados, juízes, promotores, assessores, analistas, acadêmicos, jornalistas, enfim, nos mais diversos cenários.

Por certo, a escrita na nossa atuação profissional exige cuidados com a liturgia que envolve o ato de elaborar um texto técnico, mas isso não significa afirmar que o estilo próprio não está lá. Ele está.

Ainda que de forma inconsciente, recolhemos todas as referências que servem para a construção do nosso conhecimento linguístico e textual, assim como em todas as demais áreas da nossa vida, referências que são interligadas e aos poucos delineiam o que denominamos de estilo.

Muitas vezes, temos contato com pessoas que admiramos e que tomamos como norte e acabamos cometendo alguns erros.

Na tentativa de sermos tão bons quanto, ou de elaborarmos um texto que pareça inteligente, nos afastamos na nossa essência como escritores, mostrando algo que não somos; nesse momento, empregamos palavras de forma equivocada, utilizamos termos obsoletos, construímos frases sem objetividade, disseminamos erros.

Assim, é preciso que saibamos escolher nossas referências, evitando reproduzir modelos alheios sem avaliarmos com senso crítico até que ponto as formas alheias guardam correspondência com o nosso próprio estilo.

Caso contrário, o texto pode virar uma miscelânea de termos e orações sem nexo, o que pode comprometer a fluidez da leitura e da compreensão textual, afetando, consequentemente, os bons resultados no dia a dia profissional.

Respeitar a gramática e o bom português é imprescindível, mas encontrar e respeitar o próprio estilo também é fundamental.

Elaboração: Patrícia Corazza