Sigla com moderação - Servidor - Poder Judiciário de Santa Catarina
Dicas de redação
Sigla é a abreviatura de um nome composto, seja comum ou próprio, geralmente criada com as primeiras letras das palavras que formam o nome. Observe que não há sigla de uma palavra somente. Em outro momento trataremos de símbolos e da abreviatura de um nome simples.
Faz todo o sentido que a sigla seja apresentada após a primeira ocorrência do nome a que se refere e que depois, no mesmo documento, passe a ser usada sozinha, exatamente pelo motivo de sua criação, facilitar seguidas e frequentes referências a um nome composto. Pondere, em qualquer caso, a real necessidade de empregar ou não uma ou mais siglas, considerando o gênero do texto a ser produzido e seu público-alvo.
Com base nesses pressupostos, seguem algumas dicas.
- Não crie nem apresente sigla que não será usada.
- Pense se é mesmo necessário usar sigla para representar nome que ocorrerá poucas vezes no texto.
- Nunca escreva várias vezes em um mesmo documento, por exemplo, “Conselho Nacional de Justiça – CNJ”. Na maioria dos casos, o nome por extenso só deve ocorrer uma vez, embora em textos longos, divididos em capítulos ou partes, possa ser retomado, como na conclusão.
- Falando em textos longos, como os dos gêneros relatório, manual de instrução, legislação comentada, biografia, entre outros, convém que, ocorrendo em quantidade significativa, as siglas e sua significação constem em uma lista, que servirá de bússola para os leitores.
- Não é porque se decidiu criar uma sigla para um nome composto comum que este vai ser grafado com iniciais maiúsculas. Logo “salário mínimo”, e não “Salário Mínimo”, é a referência da sigla SM.
- Em alguns gêneros textuais, o nome por extenso pode ser dispensado. Uma notícia de jornal pode citar o MEC apenas com a sigla, por exemplo. Em documento dirigido a público interno, uma sigla largamente utilizada não carece de “explicação”. Circulares de uma diretoria-geral administrativa, para garantir a comunicação, nem sempre precisariam citar por extenso os nomes de suas subdiretorias, como DIE, DS, DTI. (No Tribunal de Justiça catarinense, essas siglas representam respectivamente Diretoria de Infraestrutura, Diretoria de Saúde e Diretoria de Tecnologia da Informação.)
- Não é necessário colocar um “s” depois de uma sigla quando se faz referência a nome composto flexionado no plural (SMs). Geralmente o artigo ou o sentido já sinaliza a pluralidade. Não faz sentido o uso do apóstrofo mais “s” (SM’s), que indica possessivo em inglês.
Nunca perca de vista que essas dicas são apenas dicas, que a riqueza de usos da linguagem permite em alguns contextos adotarmos soluções diferentes, levando em conta as condições e o propósito da interação verbal. Quer ver um exemplo nesta dica mesmo? Note que um contexto raro como este, em que o MEC foi mencionado simplesmente assim, nunca iria requerer o nome por extenso.
Elaboração:
Giovanni Secco
Pietro Tabarin Volponi