Ronco e Apneia Obstrutiva do Sono

O ronco é o som provocado pela vibração dos tecidos das vias aéreas durante a passagem de ar.

Entre suas causas estão:

  • Características anatômicas, como por exemplo, quando a região da garganta é mais estreita, o que dificulta a passagem de ar;
  • Acúmulo de gordura no pescoço, que obstrui ainda mais a passagem de ar;
  • Envelhecimento, quando a musculatura da região fica mais flácida;
  • Após a ingestão de bebida alcoólica. Isso se deve à composição muscular que envolve as vias aéreas. Com o relaxamento natural do corpo durante o sono - realçado pelo álcool - os músculos estreitam ainda mais a passagem do ar, tornando o ruído mais frequente;
  • Dormir de barriga para cima facilita o ruído em algumas pessoas. Isso porque a mandíbula recua e a base da língua se desloca para o fundo da garganta, estreitando as vias aéreas e obstruindo a respiração. Assim, dormir de lado pode ajudar a diminuir o ronco.

O ronco também pode ser sinal de um distúrbio mais grave, a Apneia Obstrutiva do Sono (interrupção recorrente da respiração durante o sono). Essas paradas respiratórias durante o sono provocam uma queda nos níveis de oxigênio do sangue e um sono precário, o que está associado a um maior risco para enfermidades cardiovasculares e também a uma piora da qualidade de vida.  Os sinais são cansaço frequente durante o dia, déficit de atenção, concentração e memória devido a uma noite mal dormida.

A apneia pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas seu pico de incidência situa-se entre os 40 e 50 anos de idade. A obesidade é o principal fator de risco, cerca de 2/3 dos pacientes com apneia são obesos.

Entre as opções de tratamento está a eliminação dos fatores de risco: entre eles a perda de peso, o que diminui a quantidade de gordura localizada na região, facilitando assim a passagem de ar; dormir de lado para facilitar a passagem de ar; evitar álcool no período noturno. Também devem ser tratadas doenças de base como rinites e outras causas de obstrução nasal.

Uso de aparelhos intraorais: são placas personalizadas, encaixadas na arcada dentária para provocar um avanço na posição da mandíbula que favorece a passagem do ar durante o uso. Apresenta excelente eficácia no ronco e em casos leves e moderados de apneia. Aparelhos como o CPAP, muitas vezes, também poderão ser indicados. Este equipamento produz uma pressão constante de ar que atravessa as vias respiratórias, impedindo, assim, que a apneia ocorra

As Clínicas Especializadas em tratamento dos Distúrbios do Sono são a melhor indicação de tratamento, onde poderá ser feita a avaliação,  diagnóstico e a indicação do tratamento mais adequado para cada caso
 

Elaboração:
Dra. Aline  Rossana Agne - DS
Dr. José Eduardo Cacese  Shiozawa - DS
Fonte:
Burger RCP, Caixeta EC, Dininno CQMS. A relação entre apnéia do sono, ronco e respiração oral. Rev. CEFAC. 2004; 6(3):266-71.
Balbani APS, Formigoni GGS. Ronco e síndrome da apnéia obstrutiva do sono. Rev Ass Med Brasil 1999; 45(3): 273-8