Coerência

Na dica passada, tratamos da coesão textual e quais os recursos que poderiam ser utilizados na elaboração de um texto. 

A coesão, no entanto, não anda sozinha. Ela deve estar sempre acompanhada da coerência, referente ao sentido do texto, o qual, por sua vez, relaciona-se a dois tipos de leitores: externo e interno. 

O leitor externo é quem tem acesso ao texto em um tempo e local diverso de quando se deu o processo de confecção. Já o leitor interno é aquele que existe dentro do escritor, que à medida que elabora seu texto, atenta-se para os pequenos obstáculos durante o seu desenvolvimento, obstáculos que podem atrapalhar o seu sentido. 

De acordo com a premissa trazida pela autora Ingedore Villaça Koch, a coerência engloba a relação entre o texto, o autor e o leitor, ou seja, na atividade da escrita entendida em perspectiva interacional, a coerência não se localiza no texto, também não se localiza apenas nas intenções do autor, nem apenas nos conhecimentos e experiências do leitor, mas na conjunção desses fatores

Daí que é possível concluir que o processo de escrita e o processo de leitura são dinâmicos e interligados entre si, como se fosse uma orquestra que, de alguma forma, precisa seguir em um mesmo compasso, para que essa conexão seja fluída, produzindo uma comunicação sem ruídos.  

O ato de escrever é um ato delicado, que demanda paciência, reflexão e cuidado, tendo em vista que o escritor deve pensar e repensar nas escolhas que são feitas ao elaborar cada oração, ligar cada parágrafo, sem perder de vista que a sua criação deve considerar o destinatário, para que o texto adquira coerência ao ser lido. 

Elaboração: Patrícia Corazza 
Fonte: 
Koch, Ingedore Villaça e Elias, Vanda Maria. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. 2ª edição. São Paulo: Editora Contexto