Quando usar o termo "literalmente"?

Quem nunca usou o termo literalmente de forma errada que atire a primeira pedra.

Sim, temos a impressão de que ele tem aparecido com mais frequência atualmente, mas a verdade é que a utilização equivocada do “literalmente” existe há um bom tempo, tanto nas rodinhas de conversas, quanto no mundo literário e jornalístico.

A falta de compreensão do que significa incluir o literalmente na oração pode não somente gerar certo constrangimento, como também resultar em interpretações totalmente equivocadas, prejudicando a nossa comunicação.

Assim, uma matéria no jornal que pretende dizer que o jogador saiu cansado de uma partida e afirma que o atleta saiu literalmente morto de campo pode assustar o leitor desavisado. Se o atleta continua vivo, é evidente que o literalmente não deveria estar ali.

A palavra literalmente não significa figurativamente. É exatamente o oposto. Literalmente é o que é literal, sem nenhuma alteração. Uma tradução literal, por exemplo, é uma tradução que não contém nenhuma forma de interpretação. Uma ordem transmitida de forma literal não insere nenhuma outra informação ou determinação.

Mas então, por que a palavra literalmente é utilizada como uma forma de intensificar a veracidade do que está sendo relatado pelo interlocutor, como se fosse uma maneira de enfatizar o que se está querendo dizer?

Da mesma forma que outros equívocos encontrados em textos, apresentações, peças jurídicas, livros, artigos, a falta de percepção a respeito do significado de uma determinada palavra e a reprodução de forma disseminada, acaba construindo novos sentidos e novas definições.

A grande questão é: até que ponto essas práticas merecem ser normalizadas, de modo a não prejudicar a credibilidade da mensagem que queremos transmitir?

Para evitar qualquer mal-entendido, a regra é clara: use o dicionário.

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Elaboração: Patrícia Corazza