Sinais de autismo em adultos

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico presente desde a infância, caracterizado por prejuízos na comunicação, socialização e padrões restritos e repetitivos de comportamentos e interesses.

O termo “espectro” é utilizado em razão da diversidade de tipos e níveis que as pessoas apresentam. Cada indivíduo autista tem seu próprio conjunto de particularidades, tornando-se único dentro do espectro.

Não existe causa específica para o TEA. Evidências científicas apontam forte influência genética, hereditária e associação com fatores de riscos ambientais.

O diagnóstico pode ser feito em qualquer idade, porém na vida adulta torna-se mais desafiador, pois muitos indivíduos aprendem a mascarar seus sintomas para se adequar às expectativas sociais.

Os sintomas de autismo podem variar de acordo com a gravidade do transtorno. Mas alguns sinais podem ajudar a reconhecer o autismo leve em adultos, tais como:

  • dificuldade de interpretar linguagem não verbal, como expressões faciais (olhar, gesto, por exemplo);
  • pouca aptidão em compreender ironias, metáforas ou mensagens com duplo sentido, podendo parecer uma pessoa ingênua ou não maliciosa;
  • sinais discretos para sentimentos como tristeza, alegria, raiva e cansaço, por exemplo, geralmente não são percebidos pelos autistas, o que pode ser visto como falta de empatia;
  • dificuldade em expressar afeto e falar sobre seus sentimentos, assim como em receber demonstrações de carinho e compreender o sentimento dos outros;
  • limitação em compreender coisas abstratas, o que se traduz por um perfil bastante objetivo e direto;
  • podem ter um desempenho acima da média em algumas atividades, visto que possuem interesses restritos e repetitivos (hiperfoco), o que os torna bastante talentosos em áreas com as quais possuem afinidade;
  • rigidez na rotina, ficando ansiosos e irritados quando precisam fazer atividades não planejadas; e
  • baixa tolerância a barulhos, ambientes agitados, a muita iluminação, assim como a contato visual prolongado e contato físico muito próximo.

Essa lista é meramente exemplificativa, visto que cada pessoa do espectro possui seu conjunto particular de manifestações.

Por não se tratar de uma doença, e sim de uma condição que ocupa todas as fases da vida do indivíduo, não se fala em “cura”, mas em tratamento, que deve ser iniciado precocemente em qualquer caso suspeito de autismo, mesmo que o diagnóstico ainda não tenha sido fechado.

A inclusão e a aceitação da diversidade são essenciais para termos uma sociedade mais justa e equitativa para os autistas, que têm muito a nos enriquecer com suas perspectivas únicas e habilidades especiais.

Elaboração:
Cláudia Daisy de Sousa
Enfermeira - Seção de Pronto Atendimento
Divisão de Assistência à Saúde/Diretoria de Saúde
 
Referências:
https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/transtorno-do-espectro-autista/definicao-tea/
https://vidasaudavel.einstein.br/espectro-autista/
https://www.paho.org/pt/topicos/transtorno-do-espectro-autista
https://pt.scribd.com/document/564551409/Manual-de-Orientacao-TEA-SBP
https://www.autismoemdia.com.br/blog/sintomas-de-autismo-em-adultos-quais-os-desafios-e-como-lidar/