Gastroenterite

Com a chegada do verão e com a divulgação de contaminação dos nossos balneários, é importante ficar atento à gastroenterite.

A gastroenterite é uma inflamação da mucosa do estômago e dos intestinos, que provoca anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, desconforto abdominal e desidratação.

Na maioria dos casos, a gastroenterite é causada por micróbios, de origem viral (rotavírus, adenovírus), ou, em menor número, por bactérias do tipo Salmonella, Escherichia coli eShigella.

As infecções bacterianas são mais comuns no verão, e muitas vezes ocorrem devido a uma intoxicação alimentar (ingestão de alimentos ou bebidas contaminados por micróbios).

A gastroenterite viral, especialmente a causada pelo rotavírus, é mais frequente no inverno. Ela é muito contagiosa e pode causar epidemias reais que podem abranger bairros inteiros, em especial crianças em idade escolar.

Os sintomas típicos de gastroenterite são diarreia e vômitos acompanhados de dores e cólicas abdominais, febre, perda de apetite, dor de cabeça e fraqueza extrema. A gastroenterite aguda, em geral, pode durar de 3 a 5 dias, e, nos casos mais severos, até 10 dias.

A transmissão de gastroenterite ocorre principalmente pelo contato fecal-oral, em que os vírus ou bactérias são frequentemente transmitidos pelas mãos contaminadas. A infecção pode ocorrer também por meio do contato com uma pessoa contaminada, pelo compartilhamento de comida, bebida ou utensílios, pelas gotículas de saliva, pela tosse ou espirros, ou por meio  da ingestão de bebidas ou alimentos contaminados.

Os ataques repetidos de diarreia ou vômito podem levar à desidratação, cujos sintomas são: sede excessiva, língua e boca seca, pouca urina ou urina amarela-escura, fraqueza severa e tontura.

A terapêutica básica é representada por reidratação oral, ou seja, a reintrodução de líquidos e sais minerais perdidos.

Você não deve recorrer ao uso de medicamentos para controlar o vômito e a diarreia sem orientação médica. Náuseas e vômitos são os mecanismos de defesa através dos quais o organismo tenta expulsar os agressores. O uso de medicamentos antidiarreicos e antiemético resultaria em uma maior permanência dos microrganismos patogênicos no organismo e, portanto, em uma maior duração da doença. Dessa forma, somente o médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como qual a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.

Dicas úteis para aliviar os sintomas:

  • Ingira alimentos que auxiliam a refazer a flora intestinal, por exemplo, iogurtes, ou tome medicamentos à base de lactobacilos;
  • Divida as refeições em pequenas doses para que o esvaziamento gástrico seja menor;
  • Reintroduza gradualmente os alimentos a partir dos mais digeríveis, tais como caldo de carne, batata, arroz, carnes magras, maçãs e bananas, para contribuir com a formação de fezes sólida (alimentação rica em arroz pode desacelerar o ritmo e, portanto, diminuir as diarreias);
  • Evite laticínios, alimentos ricos em gordura e açúcares simples, álcool, cafeína, sucos de frutas (os quais podem agravar a diarreia);
  • Assim, como no caso de outras doenças infecciosas (resfriado, gripe), é aconselhável repousar para favorecer a ação do sistema imunológico (de defesa) sobre os vírus ou bactéria da gastroenterite.

Prevenção

Lavar as mãos cuidadosamente é uma das principais formas de evitar a transmissão da gastroenterite. Frutas e vegetais também precisam ser bem lavados antes do consumo.

Em caso de gastroenterite na família ou em ambientes coletivos, é aconselhável evitar compartilhar utensílios de cozinha.
Desinfete as superfícies (banheiros, pisos) contaminadas por vômitos ou por fezes.

É importante evitar consumir alimentos em restaurantes e estabelecimentos que não tenham higiene adequada. Maionese, molhos e outros alimentos altamente perecíveis devem ser conservados na geladeira e ter seu prazo de validade respeitado.

Elaboração: Vanessa Regina Berenhauser - DS