5ª dica sobre o uso de medicamentos

Quebrar medicamentos em drágeas e comprimidos

Partir, triturar ou ingerir remédios com alguns alimentos podem potencializar ou reduzir seus efeitos.

Um dos principais erros é triturar comprimidos ou abrir cápsulas para facilitar a deglutição. Uma cápsula pode ser desenvolvida para não se degradar no estômago - se retirarmos o seu conteúdo, ela pode perder o efeito. O omeprazol, por exemplo, tem seu efeito reduzido se sofrer trituração.

Outro problema desse procedimento é acelerar a absorção dos princípios ativos pelo organismo. Como cada comprimido é planejado para ter um tempo de atividade e assimilação pelo corpo, a quebra de um revestimento pode desregular esse mecanismo. Portanto, se o remédio apresentar revestimento ou estrutura que permita liberação mais prolongada de sua substância, acaba-se com essa função e corre-se o risco de absorção intensa e, por consequência, de uma intoxicação.

O mais indicado, caso seja difícil ingerir o medicamento inteiro, é procurar outras formas de apresentação, como gotas ou xaropes, sem fazer improvisações. Quebrar o comprimido ao meio também não é indicado, pois se torna difícil garantir a dose exata da medicação a ser ingerida, uma vez que essa divisão não é homogênea. Laboratórios produzem comprimidos com ranhura para facilitar a divisão somente quando esse processo for viável e seguro. Além disso, alguns analgésicos e antialérgicos, por exemplo, têm um sistema de liberação modificada e, se cortados, esse efeito se perde. Antibióticos são normalmente revestidos por serem sensíveis ao pH do estômago e devem passar íntegros pelo órgão para serem absorvidos pelo intestino. Se forem quebrados, perdem sua eficácia.

Quando o médico ou o dentista sugerem a partição do comprimido, deve-se entender que eles conhecem a proposta do remédio e sabem se ele sofre ou não alteração ao ser quebrado.