Emprego de parônimos

Na dica anterior, falamos a respeito de como é importante prestar atenção em alguns detalhes na hora de escrever um texto, evitando, assim, revisões extenuantes. Assim, quanto melhor escrevermos, menos trabalho teremos para revisar nosso trabalho.

Dentre os tópicos apontados, destacamos que é preciso ter cuidado com o emprego de parônimos.

Mas o que são parônimos?

Parônimos são palavras escritas de forma parecida e pronunciadas de modo semelhante, mas que apresentam acepções diversas e merecem nossa atenção, à medida que precisamos dominar não só a grafia das palavras como seu significado.

A título de exemplificação, separamos alguns termos utilizados com frequência no meio jurídico:

  • Aferir (avaliar) / auferir (obter);
  • Delatar (denunciar) / dilatar (estender);
  • Discriminar (diferenciar) / descriminar (descriminalizar, inocentar);
  • Iminente (imediato) / eminente (superior);
  • Infligir (aplicar) / infringir (transgredir);
  • Retificar (corrigir) / ratificar (confirmar);
  • Tráfego (trânsito) / tráfico (comércio clandestino);

Dentre os exemplos, existe um termo muito presente, erroneamente utilizado: o famoso latente.

Com efeito, da jurisprudência, das petições, até mesmo das notícias ou dos artigos científicos, jurídicos ou não, é frequente nos depararmos com o termo latente, no sentido de dar destaque ao tema ou ao raciocínio lançado.

Ocorre que latente, ao contrário do que muitos supõem, significa aquilo que permanece oculto, adormecido. O correto, no caso, seria a utilização da palavra patente.

Talvez o termo patente seja desprezado porque possui outros significados, o que provoca certa confusão no momento de elaboração do texto.

Acontece que este tipo de equívoco compromete não somente a interpretação textual, como também a sua credibilidade.

Por tal motivo, reforçamos a ideia de que cabe ao escritor observar atentamente as nuances do idioma, que são intermináveis, contribuindo para a disseminação do bom português.

Elaboração: Patrícia Corazza