Dicas de português

Voltar Como usar "aspas" corretamente

As aspas e outras marcações da escrita obedecem a um código convencionado e, portanto, a um sistema de regras. Vejamos então, em primeiro lugar, em que circunstâncias se usam as aspas (duplas) com maior frequência:

1) Antes e depois de uma citação textual ou para assinalar transcrições textuais, ou seja, indicar no texto que você está escrevendo, uma palavra ou expressão que foi usada pelo autor citado ou que costuma ser associada a ele:

Exemplo: A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, no parágrafo único de seu art. 1º, afirma: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente".

Exemplo: Estaria aqui se materializando a "exclusão includente e inclusão excludente" nas relações entre educação e trabalho a que faz referência Kuenzer?

Observação: Quando no trecho citado entre aspas existem palavras aspeadas, você deve destacá-las com aspas simples. Em resumo, usam-se aspas simples dentro de aspas duplas:

Exemplo: Osvaldo Ferreira de Melo aponta para "a necessidade de os indivíduos contarem com a certeza de que seus direitos 'garantidos' pela ordem jurídica sejam efetivos".

Além desses casos, elas são também usadas para:

2) Marcar apelidos, nomes e títulos (de livros, revistas, obras de arte, etc.).
Exemplo: O artigo sobre o processo de desregulamentação foi publicado no "Jornal do Brasil".

3) Ressaltar gírias, neologismos, estrangeirismos ou quaisquer palavras estranhas ao contexto vernáculo.
Exemplo: "Mutatis mutandis", o novo projeto é idêntico ao anteriormente apresentado.

4)  Destacar as alíneas nas citações de textos legais.
Exemplo: O tema é tratado na alínea "a" do art. 146 da Constituição.

5) Realçar palavras e expressões a que se quer dar um sentido particular ou figurado.

É neste último caso que as aspas simples indicam o emprego de palavras em sentido diverso do que lhe é habitual.

Exemplo: [...] As iniciativas da burguesia relativamente à igualdade de acesso à escola apontam para a instauração da prática de uma `igualdade que diferencia'. [...]
 

Fontes:
 

MARTINO, Agnaldo; LENZA, Pedro (Coord.). Português esquematizado: gramática, interpretação de texto, redação oficial, redação discursiva. 4ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 241.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini - Diretora do Instituto Euclides da Cunha 
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Elaboração:  Divisão de Desenvolvimento de Pessoas/DGP