Pesquisa - Poder Judiciário de Santa Catarina
Inteligência moral
A moral é o conjunto de preceitos e normas, estabelecidos e admitidos por um grupo ou sociedade, que regulam comportamentos sobre o que é certo ou errado. Muito embora seja comum confundirmos os conceitos de moral e ética, cabe esclarecer que a ética está relacionada à investigação e à reflexão sobre o que orienta o comportamento humano a partir das regras e dos valores morais.
A inteligência moral está presente na forma como pensamos, sentimos e agimos. Ela envolve uma combinação de fatores que vai para além de sabermos o que está certo ou errado. Além disso, está relacionada com a nossa força de vontade e a capacidade de tomar decisões éticas e socialmente responsáveis.
Para Lennick e Kiel (2009), autores que direcionaram seu estudo sobre o assunto para o domínio da liderança, a inteligência moral refere-se à capacidade mental que temos para determinar de que modo os princípios humanos universais devem ser aplicados aos nossos valores pessoais, objetivos e ações.
Nesse contexto, ela pode ser definida como a capacidade de deliberar sobre o que deve ser feito, com base em argumentos e na racionalidade, sendo uma competência necessária para resolver dilemas morais.
Todas as ações de uma organização são pautadas por um conjunto de valores que norteiam suas estratégias. A inteligência moral cria o porquê da jornada e aprimora a capacidade do líder para se conectar e motivar os outros.
Para que possamos desenvolver nossa inteligência moral, devemos agir de forma consistente, alinhando nossos valores, convicções, objetivos e comportamentos, princípios que compõem nossa “bússola moral”. Os líderes que se orientam por essa bússola são aqueles que praticam valores sólidos e não se deixam enredar por práticas menos éticas, ainda que tentadoras.
Líderes moralmente inteligentes baseiam a sua crença na honestidade incondicional, na defesa do que está correto, na responsabilidade e na preocupação com o bem-estar de sua equipe. Ou seja, são fiéis a um conjunto de princípios, pautados na responsabilidade, na integridade, na compaixão e na tolerância, e os utilizam de forma consistente para orientar as suas ações.
Responsabilidade: assumir a responsabilidade por escolhas pessoais; admitir erros e fracassos; aceitar a responsabilidade de servir os outros.
Integridade: agir em consonância com princípios, valores e crenças; dizer a verdade; defender o que está certo; cumprir promessas.
Compaixão: importar-se ativamente com os outros.
Tolerância: aceitar os próprios erros e os dos outros, criando oportunidades para a criatividade e a inovação.
Quando um líder demonstra estes princípios, favorece o clima organizacional e abre espaço para que os colaboradores desenvolvam o comprometimento, a criatividade, a confiança e a lealdade.
A liderança moral está assentada em convicções muito próprias, fundamentada em um propósito com sentido e significado, tanto para si como para os outros. Desta forma, é um tipo de liderança que, pelo cuidado que revela para com os outros, inspira diálogos de sensibilidade e confiança.
Embora seja difícil quantificar os benefícios da inteligência moral, os prejuízos da sua ausência são inegáveis, na medida em que comprometem o êxito e a sustentabilidade das organizações.
Até a próxima dica!