Depressão Pós-parto

Durante a gestação a mulher não sofre apenas alterações físicas, mas também psíquicas. Por envolver mudanças significativas, aprendizados e reorganização da rotina, a gestação pode ser caracterizada como uma fase de “transição existencial”. É nesse período – principalmente no primeiro e terceiro trimestre de gestação e nos trinta dias após o parto (puerpério) – que ocorre a maior prevalência de transtornos mentais na mulher.

A depressão pós-parto (DPP) é o transtorno mental mais frequente na gravidez e período puerperal. Entre os principais fatores de risco ao adoecimento estão a existência de doença psiquiátrica prévia, dificuldade financeira, baixa escolaridade, gestação na adolescência, falta de suporte social, eventos estressores e história de violência doméstica.

Os sintomas de DPP incluem irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, desinteresse sexual, alterações alimentares e do sono, sensação de ser incapaz de lidar com novas situações e queixas psicossomáticas. Uma mãe com DPP pode apresentar também sintomas como cefaleia, dores nas costas, erupções vaginais e dor abdominal, sem causa orgânica aparente (Klaus e col., 2000).

Abordagens psicoterapêuticas, incluindo psicoterapia individual, em casal ou em grupos de aconselhamento e apoio, podem ajudar a gestante a lidar com os aspectos emocionais que permeiam a gestação. Em gestantes deprimidas, a decisão do médico em prescrever medicação se baseia na gravidade da depressão, no número e na frequência dos episódios depressivos anteriores e na história de resposta à medicação.

Lidar com a DPP requer suporte emocional, cuidados médicos e autocuidado. O tratamento adequado fará a diferença para o bem-estar da mãe.  É importante ter uma rede de apoio nesse momento de transição e fragilidade, para permitir que a mulher se sinta acolhida enquanto lida com as diversas transformações da maternidade e possa vivenciar com mais leveza esse momento.

Material complementar

Referências bibliográficas

Klaus, M. H., Kennel, J. H. & Klaus, P. (2000). Vínculo: construindo as bases para um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artes Médicas.
Pereira. P.K., & Lovisi, G.M. (2008). Prevalência da depressão gestacional e fatores associados. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 35(4), 144-153.