Dicas de redação

Voltar Uma abreviatura incomoda muita gente

Regras básicas para abreviar palavras geralmente são tópico de manuais ou guias de redação. Nem sempre são abordados, no entanto, o lugar e a hora de usar abreviaturas em textos formais, como recomendam as dicas a seguir.

  1. Abreviaturas são indicadas para economizar espaço e tempo na escrita de obra volumosa, como dicionários, enciclopédias e legislação comentada. Podem ser adotadas também em certos textos longos, como trabalhos de conclusão de curso, manuais de instrução e relatórios. Em qualquer desses casos ou semelhantes, inclua lista de abreviaturas para que os leitores possam saber ou confirmar o seu significado.
  2. Além da extensão do documento, tenha outros critérios para abreviar palavras, como levar em conta a sua função (para a categorização ou classificação de itens num manual, por exemplo) e a sua repetição, se muito frequente e sistemática. Ainda que possam ser úteis nos casos exemplificados acima, não abuse das abreviaturas.
  3. Embora em textos administrativos e judiciais seja prática comum empregar, por exemplo, abreviaturas padronizadas de formas pronominais de tratamento (“V. Exa.” para “Vossa Excelência”; “Sra.” para “Senhora”) e cargos (“mina.” para “ministra”; “des. para “desembargador”), prefira o termo por extenso se for usado poucas vezes, como num e-mail, ofício ou despacho.
  4. Também prefira a palavra ou expressão por extenso à sua abreviatura, mesmo que esta seja comum no serviço público, como “Atenciosamente” em vez de “Att.” no fecho de comunicação oficial. Note que o outro fecho típico, “Respeitosamente”, não costuma ser reduzido. Por que, então, abreviar uma fórmula de cortesia em apenas uma dessas duas formalidades?
  5. Cuidado. A noção de que certas abreviaturas são comuns ou familiares, que não precisam de “apresentação” (por exemplo, “s.m.j.” para “salvo melhor juízo; “R.h.” para “Recebi hoje”; “r.” para “referido”; “e.” para “egrégia”), é restrita a um campo de atuação. Usá-las, no fim das contas, é uma forma de excluir leitores pouco ou não familiarizados com elas. Lembre-se de que transparência e clareza são fundamentais na comunicação oficial. Além disso, é direito de qualquer cidadã e cidadão entender textos do interesse deles.

Em vez de abreviar palavras, opte por abreviar o texto, visando à concisão. Volte uma casa no nosso tabuleiro e veja como cortar palavras desnecessárias na dica “Detox verbal”. 

Elaboração:
Giovanni Secco
Pietro Tabarin Volponi