
O ano de 2022 foi especial para servidores e adolescentes em conflito com a lei internados no Case (Centro de Atendimento Socioeducativo) de Chapecó. Pela primeira vez na unidade, um dia inteiro foi dedicado à cultura e à arte. Os jovens fizeram contação de histórias, recital poético, mostra de trabalhos e produções literárias, além de apresentações de violão e flauta. As internas do Centro de Internação Feminina (CIF) também participaram.
A Mostra Cultural, como foi chamado o evento, aconteceu em parceria com escolas que ministram aulas aos internos. As apresentações foram resultado das oficinas de música e literatura aplicadas ao longo do ano - atividades que contribuem significativamente para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos adolescentes.
“O objetivo dessas e outras oficinas profissionalizantes é promover e estimular o conhecimento dos adolescentes em cultura, arte, leitura, escrita, comunicação e meio social. Iniciamos este trabalho há quatro anos e, desde então, observamos grande melhora de comportamento dos internos, tanto que nossa unidade se tornou referência nacional em ressocialização. Nosso índice de reincidência é inferior a 20%, o que mostra que trilhamos o caminho correto em benefício desses jovens e, principalmente, da sociedade que vai recebê-los posteriormente”, ressalta o diretor do Case/CIF Chapecó, Rudi Tormen.

A programação ocorreu na biblioteca do Case Chapecó. O espaço foi montado com apoio financeiro do Poder Judiciário de Santa Catarina, por meio do repasse de verbas oriundas de apreensões realizadas em processos judiciais da Vara da Infância e Juventude da comarca de Chapecó. Aliás, a contribuição financeira à unidade é constante.
“O Poder Judiciário está permanentemente atento ao desenvolvimento profissional e humano destes jovens, mesmo após a saída do Case ou do CIF. A comunidade também pode apoiar a reeducação dos adolescentes através da doação de livros e equipamentos, da aquisição da produção agrícola, com trabalhos voluntários e abrindo vagas no mercado de trabalho”, enfatiza a juíza Surami Juliana dos Santos Heerdt.