Especialista dos EUA alerta sobre risco médio-alto para violência política no Brasil - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
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O agente americano Davis Wallentine, diretor de Segurança Regional do Consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre (RS), em painel realizado nesta tarde (14/4) dentro da programação do V Encontro Nacional de Inteligência do Poder Judiciário, que acontece em Florianópolis, divulgou avaliações que produzem rotineiramente sobre o Brasil e indicam níveis de riscos distintos, conforme a área analisada.
“Em todos os países que estamos, realizamos uma avaliação de risco do terrorismo, da violência política, da criminalidade, da inteligência humana e da cibersegurança. As últimas duas avaliações não divulgamos. Mas o risco do Brasil para terrorismo é baixo, de médio a alto para a violência política e crítico para a criminalidade. Apesar disso, sempre estamos preparados para qualquer eventualidade”, anotou.
Ele também destacou a estrutura dos Estados Unidos em território brasileiro, com embaixada em Brasília (DF) e mais quatro consulados-gerais em Porto Alegre, São Paulo (SP), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ). O agente especial lembrou que os EUA são o maior investidor no Estado brasileiro e o 2º maior parceiro comercial. Ele destacou os investimentos americanos no Brasil na área de combate à pandemia da Covid-19 e na capacitação de policiais.
“Temos várias agências de segurança nos EUA, e muitas delas estão presentes no Brasil. O FBI, o serviço secreto, a DEA (combate às drogas), ATF (álcool, tabaco, armas e explosivos), Departamento de Estado e o DSS (serviço de segurança diplomática) trabalham em cooperação com vários órgãos brasileiros. Tanto que enviamos uma média de 100 a 200 policiais brasileiros por ano para treinamentos nos EUA. No ano passado, trouxemos sete agências para treinar policiais sobre a ‘dark web’”, destacou o agente especial.
Davis Wallentine explicou que o trabalho no território brasileiro vai além de proteger os diplomatas americanos. Desportistas, músicos e outros cidadãos dos EUA também recebem uma atenção especial do DSS. Os foragidos da Justiça são de responsabilidade dessa agência, assim como o contato com as empresas americanas. Normalmente, as firmas recebem orientações sobre táticas de segurança.
Após os atentados do 11 de Setembro, os EUA mudaram o modo de ver o mundo. Davis Wallentine lembrou que havia muita informação e pouca análise no contexto da inteligência. “Não consideramos o uso de aviões como armas em razão da burocracia excessiva e do compartilhamento das informações. Dois agentes tinham informações que poderiam prever os atentados, mas elas não chegaram à cúpula”, lamentou.
Por fim, o agente informou que o principal foco americano hoje é o combate aos cartéis, aos extremistas e aos ataques em busca por notoriedade, como o que aconteceu na creche de Blumenau e resultou na morte de quatro crianças. O painel de que o agente Wallentine participou teve a presidência do juiz Murilo Leirião Consalter, diretor de Segurança da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC).
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)