Exposição no museu do TJ oferece audiodescrição e experiência tátil para os visitantes  - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

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Voltar Exposição no museu do TJ oferece audiodescrição e experiência tátil para os visitantes 

Ação inédita no Judiciário catarinense visa romper barreiras

12 Março 2025 | 17h41min
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A partir desta quarta-feira, 12 de março, fotografias, páginas de jornais, processos judiciais e objetos tridimensionais da exposição “A Revolução de 1930 na Justiça e no cotidiano catarinense”, aberta no Museu Desembargador Tycho Brahe Fernandes Neto, estão acessíveis também às pessoas com deficiência, por conta do recurso da audiodescrição. 


 

É a primeira vez que o Museu do Judiciário catarinense oferece recursos de acessibilidade em sua sala de exposições. Além da audiodescrição, as pessoas com deficiência visual têm permissão para manusear duas armas utilizadas pelos soldados legalistas na Revolução de 1930 – recurso conhecido como experiência tátil. 

Foram audiodescritos 18 fotografias, nove páginas de processos judiciais, uma página de livros de atas, duas páginas de jornais, um infomapa, duas armas e outras peças gráficas da exposição. “Trata-se de um recurso comunicacional que elimina barreiras, amplia o entendimento e permite a equiparação de oportunidades”, explicou Lília Lacerda da Silva, chefe da Seção de Museu.

A audiodescrição da exposição foi realizada por Lucas Escamilha, Daniel Teixeira e Lília Lacerda, com a consultoria de Dolores Affonso e Rodrigo Lima. Os narradores foram Dom Vitor e Marcelo Fernandes Corrêa – este, também editor dos áudios junto com Edson Biral.

A fim de testar os recursos e contribuir para o aprimoramento da acessibilidade do Museu, a equipe da Secretaria de Acessibilidade e Inclusão do TJSC, coordenada por Rodrigo Lima, servidor com deficiência visual, esteve no Museu no início da tarde. Ele foi o primeiro visitante da exposição a utilizar o recurso. 


 

“Ficamos imensamente felizes com essa inovação, que garante dignidade e oportunidade para todas as pessoas com deficiência. Os ambientes culturais sempre foram muito inacessíveis para nós – sem esse tipo de apoio, não nos fazia nenhum sentido um local como esse. Agora, com essa tecnologia, também temos a oportunidade de voltar ao passado. É ainda uma ferramenta importante para aproximar o Judiciário da nossa sociedade, pois mostra um Tribunal preocupado em levar a todos esse senso de pertencimento”, avaliou Rodrigo. 

A presidente da Comissão de Gestão de Memória do PJSC, desembargadora Haidée Denise Grin, destacou a emoção de acompanhar a visita de Rodrigo Lima à exposição, bem como o trabalho do servidor para garantir acessibilidade e inclusão aos servidores. “Um novo público passa a ter acesso à nossa memória e nossa história. A audiodescrição e os novos recursos trarão um interesse maior à nossa Justiça. É um grande passo para a cidadania, e demonstra que o nosso Judiciário está de portas abertas a todos”, complementou a magistrada. 

Segundo dados do último censo (IBGE, 2022), a população com deficiência no Brasil foi estimada em 18,6 milhões de pessoas de dois anos ou mais, o que corresponde a 8,9% da população. 
 
A exposição 


 

“A Revolução de 1930 na Justiça e no cotidiano catarinense” retrata a passagem das tropas de Getúlio Vargas por Santa Catarina, os confrontos ocorridos em cidades como Joinville, São Bento do Sul e Anitápolis e os bombardeios da Marinha legalista a cidades litorâneas na tentativa de deter o avanço revolucionário. Nesses confrontos, vidas foram ceifadas, sonhos, interrompidos, e muitos sofreram perseguições, foram presos e torturados. 

Os ecos desse conflito reverberaram não apenas nas estruturas do Governo, mas também no cotidiano de magistrados e servidores do Judiciário e na vida de inúmeros catarinenses. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina preserva documentos que nos transportam de volta a esse período turbulento. 


 

Entre os registros históricos, além de inúmeros processos judiciais da época, destacam-se dois habeas corpus impetrados por Nereu Ramos na época em que ainda atuava como advogado e um livro de atas do Tribunal Pleno que documenta a renúncia do então presidente da Corte, Francisco Tavares da Cunha Mello Sobrinho, ocorrida em maio de 1931 devido a interferências militares em sua gestão.

Veja a cobertura fotográfica da visita. 

Imagens: Manoela Machado Pinheiro
Conteúdo: NCI/Assessoria de Imprensa

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