Multidisciplinaridade faz projeto "Conversa de Família" ter baixa recidiva em ações - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
Há dois anos, a juíza Vânia Petterman, titular do Juizado Especial Civil e Criminal do Fórum do Norte da Ilha, teve a iniciativa de incrementar a Oficina de Pais e Filhos, tipo de mediação familiar realizada por orientação do Conselho Nacional de Justiça, com técnicas inovadoras que resultaram em acordos com baixíssimo nível de reincidência. Foi a partir desse primeiro passo que surgiu o projeto "Conversas de Família", que auxilia pais, mães e filhos na elaboração do processo de divórcio com base na prevenção e resolução de conflitos.
O projeto utiliza ferramentas de mediação, psicologia, filosofia, constelações familiares e comunicação não violenta em busca da pacificação das relações íntimas e interpessoais e restauração dos vínculos familiares, através do empoderamento das partes e do desenvolvimento de habilidades emocionais, para que os pares lidem melhor com a nova vida e as diferenças que surgem após o acordo.
O interesse em participar do projeto vem das partes, por meio de seus advogados, e a demanda é apresentada ao juiz, que encaminha o processo para o programa. Além da juíza, atuam no projeto o psicólogo voluntário Paulo Pimont, especialista em constelação familiar, a assistente social Maris Tonon e a técnica judiciária auxiliar Marília Luci Vieira.
Os encontros são quinzenais e recebem cerca de 24 participantes por vez. A dinâmica do programa é apresentada aos participantes pela juíza no primeiro encontro, assim como informações pertinentes sobre as técnicas de constelação familiar e comunicação não violenta. Após esse primeiro momento, o psicólogo aplica as técnicas e propõe questões específicas a partir de informações previamente apresentadas pela juíza que cuida do caso.
Nos intervalos, a assistente social apresenta vídeos que colaboram no entendimento entre as partes, acerca das diferenças que geraram os conflitos, de forma a estimular o diálogo e a busca de soluções para as mudanças já ocorridas e para as que estão por vir, sempre com foco no melhor interesse dos filhos.
"O projeto envolve uma visão transdisciplinar não só por abrir portas para várias técnicas, mas também por humanizar todos os envolvidos, desde a magistrada até as partes, com um grande entendimento sobre todos os aspectos da vida que interferem inconscientemente na tomada de decisões", explica a juíza Vânia Pettermann.
Apesar de o levantamento estatístico estar em fase inicial, a magistrada relata que dificilmente aparecem novas demandas relativas a aspectos do divórcio, com exceção de pensão alimentícia, que tem motivado retorno das partes à Justiça em cerca de 10% dos casos após acordo na oficina.
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)