Voltar Servidores do PJSC garantem que doar sangue é ato de consciência, seguro e altruísta

Doar sangue é um ato voluntário, de consciência, seguro e altruísta. Que salva vidas e ainda contribui para o bem-estar de quem necessita de transfusões regulares ou passa por tratamento de alguma comorbidade. Isso porque não há substituto para o sangue. Em casos extremos de falta de estoque adequado, as intervenções médicas ou cirúrgicas podem inclusive ser canceladas.

“O sangue é insubstituível. Apesar dos avanços da ciência, ainda não há outra maneira de atender alguém que precise de sangue a não ser por meio de doação. O procedimento é rápido, dura menos de uma hora e pode salvar a vida de até quatro pessoas”, ressalta a enfermeira Lairis Hulse da Divisão de Saúde do TJSC.

Opinião compartilhada pela também enfermeira e colega de departamento Cláudia de Sousa. A profissional ressalta que doar sangue não coloca o doador em risco com a própria saúde. “Todo o material utilizado no processo é esterilizado ou descartável. Em cada doação são retirados, no máximo, 450 ml, sendo que esse volume é reposto pelo organismo em 24h”, diz. Cláudia complementa que nenhuma vacina impede a doação, porém alguns intervalos devem ser respeitados no processo. No caso da Influenza, dois dias; hepatite, tétano e algumas fabricadas contra a Covid, sete dias; sarampo e febre amarela, quatro semanas. 

E hoje, no Dia Internacional do Doador de Sangue, vamos conhecer de norte a sul do estado histórias de servidores do poder judiciário que reservam horas de suas vidas que poderiam ser de descanso para ajudar pessoas que provavelmente nunca virão a conhecer. Mas, para eles, isso é o que menos importa.

Superar o medo da agulha para salvar vidas


Everton Dutra Liczkoski é coordenador da Central de Mandados da comarca de Lages. Nesta semana, ele se sentará na cadeira de doação mais uma vez. Cena que se repete há quase 20 anos. A primeira delas ocorreu quando ainda estava na Academia da Polícia Militar, em Florianópolis. A mãe de um colega passaria por uma cirurgia e todos foram convidados a doar. “Fomos em um grupo de seis alunos-soldados mais alguns amigos. Rimos muito, pois era um punhado de moleques de 18 e 19 anos com medo de agulhas e uma grande vontade de ajudar”, recorda. Algo que não lembra é o número de carteirinhas de doador recebidas, mas garante, foram muitas. Assim como as inúmeras vezes que o Hesmoc o agradeceu pelo gesto que, para muitos, enobrece o ser humano.

Em casa, a família toda é doadora. Everton tem uma série de argumentos para incentivar outros a fazerem o mesmo. “Se vejo que é uma pessoa mais antenada só preciso falar que pode salvar alguém. Quando vejo que não é o caso, falo que dá isenção em concurso público e/ou do lanche que é servido após a doação”, sorri. Para ele, doar se tornou uma rotina que o faz sentir bem, apesar de continuar com medo de agulha, porque sabe que ajudará a quem precisa. “Para mim, não passa de uma atividade de poucos minutos, e essa pode ser a diferença entre a vida ou a morte de alguém”. Além de doador de sangue, Everton está cadastrado no hemocentro como candidato a doador de medula. Se alguém precisar, estará à disposição.

O sonho do doador

A história do técnico de suporte em informática Sérgio Luís Nass com a doação de sangue teve início nos corredores do Fórum de Joinville em 2006, quando soube a respeito da necessidade da mãe de uma servidora que precisava de transfusão. Após a primeira doação, o TSI tornou a prática uma rotina trimestral. Com o passar do tempo, descobriu que podia dar “um passo adiante” – tornou-se doador de plaquetas por aférese, processo que permite a separação e a coleta específica de plaquetas e por isso exige maior tempo para a processo que a doação comum de sangue. Desde então, em intervalos de 18 dias, Nass passa pelo menos duas horas no Hemosc da cidade. Durante todos esses anos, contabiliza, já foram cerca de 85 doações.
“Foi a forma que encontrei de ajudar e agradecer por estar com saúde. Quando somos nós que precisamos de doação é porque nos falta saúde, e quando podemos doar é porque estamos bem. Sou doador de órgãos, de medula, de tudo que for possível retirar”, enfatiza. E Nass tem um sonho. “Quero encontrar alguém compatível com minha  medula óssea e poder doar para ajudar de forma definitiva essa pessoa. Esse é meu grande sonho, o resto são apenas metas”, finaliza.

Solidariedade com reflexão

O oficial de justiça da comarca de Chapecó, Daniel Viccari, é doador de sangue há cinco anos. A iniciativa foi simplesmente pela possibilidade de ajudar alguém que precisa. Em 2019, também se tornou doador de plaquetas por aférese. Na primeira doação já recebeu elogios: as plaquetas coletadas do oficial de justiça são de excelente qualidade. Dessa forma, pode doar a cada 30 dias. No entanto, desde então, não conseguiu mais doar. Uma viagem a São Paulo impediu a doação seguinte. Logo, chegou a pandemia de Covid-19 e limitou as doações em geral. Agora, com o esquema vacinal completo, se sente seguro para voltar ao hemocentro. Mas, dessa vez, o resultado positivo do teste para a doença o afastou da solidariedade.

Em meio a tudo isso, surgiu uma reflexão. “A cura começa pelo amor ao próximo. Hoje me ocorreu o seguinte. Se os cientistas descobrissem que quem já doou sangue é imune ao coronavírus, você doaria? Conte-me mais sobre o seu amor próprio e o seu amor pelo outro. E decida: quais vidas merecem ser salvas, afinal? Estamos todos perdidos dentro de nós mesmos? Toda a caridade que podemos oferecer está condicionada ao nosso próprio bem-estar? Será possível que o único alicerce da nossa solidariedade seja justamente o nosso egoísmo? Não se iluda. Precisamos de muito mais do que uma vacina”. O texto de Viccari foi publicado na revista Olhares, em 2020.

A gincana que virou rotina

Em Criciúma, uma gincana universitária, em agosto de 2006, foi a motivação do técnico judiciário Alisson Niero Machado, do tipo sanguíneo O+, para começar sua história como doador. “Como sempre tive a vontade de doar sangue, aquela oportunidade foi um empurrão para iniciar as doações”. Além de sangue, onde já soma 29 doações, o servidor também é cadastrado como doador de medula. Sempre procura fazer quatro doações anuais e sincronizá-las com datas em que é necessário maior estoque de sangue, como no Carnaval, por exemplo, ou quando é informado pelo Hemosc que os estoques estão baixos. 

“A doação é um gesto tão simples e saber que estou ajudando outras pessoas em seus prováveis piores momentos da vida é realmente gratificante”. Suas doações são voluntárias, mas como os amigos já sabem de sua disponibilidade, às vezes pedem doação para uma determinada pessoa. Machado sugere que as pessoas que desejam fazer suas doações procurem os hemocentros em busca de informação pois descobrirão que não é complicado e todos são muito bem tratados. “É um ato fraternal”.

Décadas de doações

Doador de sangue desde os 19 anos, o servidor Sérgio Formento já perdeu a conta de quantas vezes colaborou com o banco de sangue. Aos 47 anos, ele acredita que já foram mais de 30 idas ao Hemosc de Blumenau. Tudo começou no Exército, quando ele e os demais recrutas doaram sangue pela primeira vez. Depois disso, o técnico de suporte em Informática (TSI) criou o hábito. Em alguns anos, o blumenauense, de tipo sanguíneo O+, chegou a doar a cada três meses e incentiva quem preenche os requisitos.

“Primeiro é um ato de generosidade com o próximo, que pode salvar vidas. A doação é rápida, o equipamento é moderno, a dor é da picadinha da agulha e o atendimento é muito humano. Eles também entendem como ato de generosidade”, compartilha o servidor, que ingressou no PJSC no ano de 2005 e teve a taxa de inscrição no concurso público isenta por ser doador de sangue.

Doação de cidade em cidade

Para a agente administrativa auxiliar Valeria do Carmo Valdrigues de Oliveira doar sangue é vida. Embora já tivesse doado em outra oportunidade, foi a partir do ano de 2015, após participar de uma campanha da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) ao lado de colegas da comarca do Litoral, que ela se tornou uma doadora assídua, tanto de sangue quanto de medula. Como Itajaí não possui mais posto de coleta, Valeria se desloca até a cidade de Blumenau, no vale, para ajudar quem precisa. Certa vez, durante uma viagem para visitar familiares na serra, ela aproveitou e foi até o Hemosc de Lages contribuir.

A servidora ressalta que a doação é um ato nobre e incentiva que todas as pessoas, que estejam com a saúde em dia e com os requisitos exigidos pelos hemocentros, se tornem doadores. “Espero que esse meu relato incentive quem tem alguma dúvida sobre doação de sangue porque não dói, é rápido, o sangue renova. Além disso, temos vários benefícios como isenção em inscrição de concursos, vestibular, entrada de show, entre outros. Lembrem: doar é vida e um dia você pode precisar”, reforça Valeria.

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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