Lidando com o luto - Servidor - Poder Judiciário de Santa Catarina

A experiência do luto é poderosa. Assim também é a sua capacidade para ajudar a curar a si mesmo. Ao viver o processo do luto, a pessoa está se movendo em direção a um renovado senso de significado e propósito em sua vida. (Wolfelt)

Estratégias de enfrentamento

A morte é para sempre, mas o luto é um processo dinâmico e individual que pode ser administrado pelo enlutado por meio de estratégias de enfrentamento.

O luto advém da ruptura de uma relação; uma mudança da forma de ser/existir do enlutado, exigindo dele uma ressignificação de seu mundo individual. Os rompimentos de vínculos resultam muitas vezes na experiência psíquica da perda. Inúmeras são as possibilidades de se perder algo ou alguém. A morte de um ente querido, o divórcio, a demissão, a perda de um membro do corpo, a aposentadoria e a perspectiva da própria morte são exemplos de perdas, e as reações provocadas por elas são denominadas de luto.

Embora cada um vivencie o processo de luto de forma única, algumas estratégias podem ser adotadas para que possamos enfrentar melhor esse período. 

Observe e acolha suas emoções

É esperado que, após uma perda, sentimentos como tristeza, medo, insegurança e raiva venham à tona. Tais emoções são respostas às mudanças ocorridas a partir da falta que a pessoa (ou a situação) faz em sua vida.

Acolha seus sentimentos; tente não evitá-los ou reprimi-los.

Cada pessoa vivencia e demonstra o luto de maneiras diferentes, assim não espere que os outros expressem seus sentimentos da maneira que você gostaria.

O luto é um processo e necessita de tempo para ser elaborado; não se cobre caso ele "se estenda demais".

Fortaleça os vínculos

Relacionar-se com pessoas afetivamente significativas é uma importante fonte de suporte emocional e miniminiza a tendência ao isolamento.

Busque manter contato com quem você se sinta confortável para falar de seus sentimentos e experiências, bem como para pedir auxílio nas atividades cotidianas que estão mais difíceis de ser realizadas. Essa estratégia contribui também para que o enlutado se sinta acolhido.

Estabeleça novas rotinas

Em seu tempo, procure construir novas rotinas, considerando a realidade atual. Identifique seus interesses e busque atividades que gerem satisfação e prazer.

Faça por escrito um planejamento objetivo; esta atitude permite a "concretização" dos pensamentos no papel e facilita transformar ideias em ações.

Algumas pessoas necessitam de um tempo maior para se reorganizar, e não há problema quanto a isso. Importante é reconhecer e aceitar seu ritmo, sem culpa.

Cuide da saúde física, mental e espiritual

Os impactos produzidos pela perda podem prejudicar hábitos como sono, alimentação e atividade física. No período de luto é importante ampliar o autocuidado, especialmente no que se refere à saúde emocional.

A espiritualidade também pode exercer uma função significativa de conforto e proteção nesses momentos. É importante assinalar que cada pessoa deve se observar e descobrir qual ou quais estratégias respondem melhor a sua necessidade e estão de acordo com seus valores e crenças.

Busque ajuda

Em alguns casos, pode ser necessário o auxílio de profissional qualificado para que não haja o agravamento dos sintomas ou das dificuldades inerentes ao luto. Alguns indicativos de que a intervenção especializada é indicada são:

• caso perceba que seu sofrimento está muito intenso;
• se ele está se prolongando demasiadamente (mais de dois anos);
• se está impedindo que você consiga manter suas atividades;
• se está causando muito impacto em sua vida e em suas relações.

Não apenas nesses momentos a psicoterapia é excelente recurso que nos capacita a lidar com o sofrimento, com as adversidades e com a dor, e ressignificá-la. O autoconhecimento é fator protetivo contra o adoecimento psíquico.

A Diretoria de Saúde oferece assistência emocional - de forma remota ou presencial - para magistradas e magistrados, servidoras e servidores do Poder Judiciário de Santa Catarina. Saiba mais!