Voltar “O caminho para a prevenção é jamais ficar calado”, diz juíza em conversa com jovens 

A juíza Mariana Helena Cassol, da Vara Única de Palmitos, participou de uma caminhada com alunos do município de Caibi, atendido pela comarca, no Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual e Exploração de Crianças e Adolescentes. Esta foi mais uma ação da magistratura catarinense neste mês de maio, marcado por eventos de conscientização de grande importância, em que a prevenção é o foco.

“O caminho para a prevenção é jamais ficar calado. A vítima deve procurar ajuda com alguém em quem confia, como outro familiar, os pais de um amigo ou um professor, por exemplo. É preciso saber impor limites a quem quer que seja. Não é não! A vítima nunca é culpada. A culpa é sempre do abusador. Quem é vítima e não denuncia, carrega as marcas do abuso e do silêncio”, fez questão de colocar a magistrada para público juvenil alvo da campanha.

 Juíza Mariana Helena Cassol.
 

A atividade fez parte de um projeto intersetorial da Prefeitura que visa despertar nas famílias e comunidade em geral a necessidade de abordar o conteúdo para proteger os pequenos. As crianças e adolescentes que participaram da caminhada têm entre nove e 18 anos de idade. O grupo, acompanhado de autoridades locais, caminhou pelas ruas da cidade a partir da Escola Dom Pedro.

Na praça, local de chegada, a juíza conversou com os participantes, explicou sobre os conceitos de violência sexual (quando há violação dos direitos sexuais de alguém através do abuso ou exploração); de abuso (ações para satisfazer o abusador, com ou sem contato físico); e de exploração sexual (utilização de fins sexuais em troca de algo, através de prostituição, pornografia, turismo sexual e escravidão sexual).

A magistrada ainda reforçou os perigos escondidos na internet, por meio do WhatsApp, TikTok, Instagram e demais redes sociais. Outro destaque na fala de Mariana foi o fato de o abusador, em muitos casos, ser alguém próximo à vítima e sua família e se aproveita da confiança que recebe. No Brasil, práticas sexuais com qualquer menor de 14 anos são consideradas criminosas. Quando denunciado o abusador, a vítima será ouvida em depoimento especial feito por uma profissional do fórum – psicóloga ou assistente social, longe do agressor e de qualquer outra pessoa.

“O abuso sexual deixa marcas para a vida inteira, sejam elas psicológicas ou físicas, como doenças ou gravidez oriundas dos crimes. O ciclo da violência é quebrado com a denúncia. Nossa sociedade está traumatizada e precisamos dos mais jovens para curá-la. Fale, xingue, grite, denuncie! Abuso sexual não é amor, é violência. E combater a violência sexual é papel de todos nós. O caminho para a prevenção é jamais ficar calado”, reiterou a magistrada.

De qualquer telefone, é possível discar o número 100 e fazer a denúncia anônima, sem se identificar. O atendimento é feito com linguagem lúdica e didática que permite que a denúncia seja feita por pessoa de qualquer faixa etária. Outro caminho é ligar para a Polícia Militar, pelo número 190. 

Imagens: Divulgação/Comarca de Palmitos
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

Copiar o link desta notícia.