Voltar Aberta exposição 'Águas Revoltas - A Justiça Catarinense e a Revolução Federalista'
Qual fato histórico mudou o nome da capital catarinense de Desterro para Florianópolis? A resposta está na exposição "Águas Revoltas - A Justiça Catarinense e a Revolução Federalista", aberta nesta terça-feira (23) no hall de entrada do Auditório Ministro Teori Zavascki, no Tribunal de Justiça, em Florianópolis. Prestigiada, a cerimônia de abertura comandada pelo presidente em exercício do TJ, desembargador Moacyr de Moraes Lima Filho, contou com a presença do presidente do Conselho Estadual de Cultura, Marcondes Marchetti; do desembargador aposentado e ex-presidente do TJ Antônio Fernando do Amaral e Silva; e dos jornalistas Moacir Pereira e Carlos Damião, além de representantes da Marinha, da Aeronáutica e da Polícia Militar.
 
O evento, que fica aberto a visitação das 12h às 19h, gratuitamente, de segunda a sexta-feira, marca os 125 anos da Revolução Federalista e os 127 anos do TJSC. "Para resgatar a memória do trágico evento civil que marcou os primórdios da República, provocando grandes transformações no Estado de Santa Catarina e registrando sangrentos confrontos terrestres e navais durante os 30 meses da revolta, o Judiciário catarinense oferece essa reflexão à sociedade", destacou o desembargador Moacyr de Moraes Lima Filho.
 
A pesquisa histórica coordenada pelo curador da mostra, Adelson André Brüggemann, que é o chefe da Divisão de Documentos e Memória do Poder Judiciário, destacou os conflitos nas águas catarinenses. Isso porque os rios e o mar à época eram navegados por navios a vapor, a vela ou a remo, empregados como meio de transporte de cargas e de pessoas. Além disso, navios mercantes e outros tipos de embarcações tiveram, entre os anos de 1893 e 1895, uma finalidade específica: o combate.
 
O intenso movimento em águas catarinenses repercutiu na mudança de nome da capital catarinense, que passou de Desterro para Florianópolis em homenagem ao marechal Floriano Peixoto, e no apagamento de registros históricos de vários personagens que lutaram contra o regime iniciado em 1889. Além de processos judiciais e documentos históricos, a exposição apresenta armas, maquetes e imagens de embarcações, bem como uma lista de federalistas executados na Fortaleza de Santa Cruz, localizada na Ilha de Anhatomirim. A exposição conta com o acervo do TJ e com artigos da Marinha do Brasil, da Polícia Militar, do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).
      
Serviço
 
Exposição "Águas Revoltas - A Justiça Catarinense e a Revolução Federalista";
Quando: de 23 de outubro de 2018 a janeiro de 2020;
Horário: das 12h às 19h, de segunda a sexta-feira;
Entrada: gratuita;
Grupos e escolas: (48) 3287-2436.
 
Importância do resgate histórico
 
"O Poder Judiciário, como um dos poderes do Estado, efetivamente acaba de cumprir uma missão importante, que é o resgate do momento histórico de que Santa Catarina participou - a Revolução Federalista. Aqui na Capital ocorrem fatos históricos importantíssimos envolvendo, inclusive, famílias tradicionais de Santa Catarina", recorda o desembargador aposentado e ex-presidente do TJSC Antônio Fernando do Amaral e Silva.
 
"Nós consideramos a iniciativa do Tribunal de Justiça muito importante, tanto pelo exemplo do respeito aos arquivos quanto pela possibilidade de essa base de pesquisa histórica ser aberta aos estudiosos. E, além disso, é um exemplo que pode estimular os poderes públicos Estadual e Municipal a seguir o belo exemplo do TJ de respeito a elementos que constituem o registro e o testemunho da história do Estado", disse o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Marcondes Marchetti.
 
"Só tenho palavras de entusiasmo e elogios ao TJSC pela extraordinária iniciativa do trabalho feito por pesquisadores, com caráter científico, e que procura resgatar um episódio triste e trágico da história de Santa Catarina, que foi a Revolução Federalista. Particularmente eu me empolgo com a iniciativa, porque no estudo histórico havia um questionamento sobre os assassinatos em Anhatomirim. Agora, com documentos históricos, todos deveriam conhecer esse trabalho inédito", avalia o colunista do Grupo NSC, jornalista Moacir Pereira. 
 
"O resultado desta pesquisa que a gente presencia hoje é altamente significativo para que possamos conhecer sobre a nossa história e ver os reflexos dos fatos havidos naquela ocasião retratados nos processos judiciais da época, que são bastante interessantes", afirma o desembargador Artur Jenichen Filho.
 
"O ser humano é um ser histórico, e o Tribunal de Justiça está de parabéns por resgatar parte da história de Santa Catarina. É importante que o presente tome conhecimento do que aconteceu no passado para que possamos ter um futuro cada vez melhor", destaca a desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho.
Imagens: Nathália Cidral/Assessoria de Imprensa do TJ
Conteúdo: Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros, Daniela Pacheco Costa e Fabrício Severino
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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