Adolescentes do programa Novos Caminhos vivenciam experiências da vida no campo - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

O programa Novos Caminhos, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), proporcionou aos adolescentes dos serviços de acolhimento de Capinzal, Catanduvas, Joaçaba, Tangará e Herval d'Oeste visitas técnicas a duas fazendas em Água Doce, na região do meio-oeste catarinense. O objetivo foi proporcionar aos participantes do programa uma experiência enriquecedora e educativa.

No Pomar e Pecuária Vida Nova, eles puderam aprender sobre o plantio de maçãs e a criação de ovelhas e gado de corte. Essa vivência no ambiente agrícola permitiu que os adolescentes se conectassem com a natureza, compreendessem os processos agrícolas e se conscientizassem sobre a importância da produção sustentável.

Os proprietários Newton e Camila Bedin partilharam informações e experiências incríveis, conforme relataram os visitantes. A emoção tomou conta quando contaram a história de Chico, um carneirinho rejeitado pela mãe. O animal nasceu sem uma das orelhas e menor do que as outras ovelhas, o que o tornou incapaz de mamar e sobreviver sem ajuda.

"Essa situação delicada nos proporcionou uma poderosa analogia com a vida humana. Assim como Chico, que precisava de apoio e cuidado para sobreviver, muitas vezes nos deparamos com pessoas ao nosso redor que também enfrentam desafios e adversidades em suas vidas", avalia a assessora de Responsabilidade Social da Fiesc Elaine Blodorn Martins, interlocutora do programa na região.

Elaine diz que a história de Chico faz lembrar a importância da empatia, do acolhimento e da solidariedade para com aqueles que enfrentam dificuldades. "Assim como o carneirinho recebeu apoio dos proprietários, os adolescentes dos serviços de acolhimento também estão sendo amparados para se desenvolver e enfrentar os desafios que a vida lhes apresenta."

Ela reforça que a história inspiradora destaca a beleza da diversidade e a importância de valorizar as diferenças em nossa sociedade. "Chico, apesar de suas peculiaridades físicas, demonstrou sua resiliência e força de vontade para viver. Da mesma forma, cada pessoa é única, com suas próprias características e talentos especiais, e todos merecem ser respeitados e valorizados."

Além disso, trata de união. "Quando nos unimos e trabalhamos juntos, podemos superar desafios aparentemente impossíveis. O cuidado e a compaixão criam laços poderosos que nos fortalecem e nos tornam capazes de enfrentar as adversidades da vida." Assim como os proprietários deram a mão a Chico para que ele pudesse sobreviver, os profissionais e cuidadores dos serviços de acolhimento estendem suas mãos aos adolescentes, oferecendo-lhes orientação, carinho e estímulo. "Isso cria uma rede de apoio significativa, capaz de ajudar os jovens a enfrentar os obstáculos e dificuldades que possam surgir em seu caminho", pontua.

Doma e superação de medos

No Sítio do Vô Antônio, os jovens conheceram a doma racional de cavalos, a diversidade de temperamentos dos animais e sua relação com os seres humanos. João Brassanini, proprietário do sítio e instrutor de doma do Senar, diz que os animais, assim como os homens, têm personalidades e ritmos de aprendizado diversos. Cada indivíduo tem suas próprias características, habilidades e desafios únicos, e é importante que se adote uma abordagem positiva e sensível, respeitando o tempo e o desenvolvimento de cada um.

"Acreditamos que, nessas experiências práticas e educativas, os adolescentes poderão ampliar seus horizontes, desenvolver habilidades sociais e adquirir conhecimentos valiosos para sua formação pessoal e profissional. Especialmente nesta oportunidade, puderam se conectar com a natureza, compreender processos agrícolas e adquirir conhecimentos práticos valiosos", destaca Elaine, que acompanhou as visitas. Ao ter contato direto com a realidade do campo, os adolescentes poderão desenvolver interesse por atividades agrícolas e até mesmo vislumbrar futuras possibilidades profissionais.

Joana Brassanini, também proprietária da fazenda, comentou sobre a profissão de laçadora. O esposo, Andrinho, domador profissional e laçador de cavalos, mostrou equipamentos e informações sobre a doma racional de cavalos.

Ao final da visita, os adolescentes tiveram oportunidade de cavalgar e experimentar a atividade. Essa experiência proporcionou, segundo Elaine, momentos únicos de alegria, superação de medos e conexão com os animais. Para completar o dia de atividades, o Senar ofereceu almoço a todos os adolescentes e equipe de profissionais. A equipe fez um agradecimento especial ao supervisor regional do Senar, Jeam Palavro, que fez a articulação com as fazendas e organizou o cronograma de visitas.