Voltar Assistentes sociais forenses discutem impactos da pandemia no desempenho do setor

A inviabilização de conversas pessoais nestes tempos de pandemia e isolamento social foi o principal tema da reunião bimestral das assistentes sociais da região Oeste que trabalham no Poder Judiciário. A reunião aconteceu nesta última quinzena de abril, pela primeira vez por videoconferência.

De acordo com a assistente social Ângela Daltoé Tregnago, que atua na comarca de Chapecó e elabora estudos sociais para embasar decisões judiciais, visitas e entrevistas são instrumentos que possibilitam alcançar diferentes aspectos, os quais podem ficar restritos em uma conversa telefônica ou por mensagens. Esta impossibilidade, na avaliação geral, é o principal fator limitante ao trabalho das profissionais neste momento.

Isso que a dinâmica de trabalho das assistentes sociais vai muito além da emissão de laudos e movimentações expressas nos autos processuais. "Trata-se de um trabalho qualitativo, como orientações aos pais que vivenciam conflitos relativos à dinâmica de convívio e cuidados com os filhos, suporte às famílias que estão em período de convivência com filhos pela adoção, contatos com profissionais que acompanham/atendem pessoas em situação de risco, tais como crianças e adolescentes acolhidos e mulheres vítimas de violência, entre outras situações", detalhou Ângela.

A reunião, realizada no último dia 22, oportunizou a troca de experiências entre as assistentes sociais sobre como manter o atendimento durante a quarentena e contou com 18 participantes das comarcas de Chapecó, Xaxim, Pinhalzinho, Palmitos, Quilombo, Concórdia, Ipumirim, Itá, Seara, Xanxerê, Abelardo Luz, Coronel Freitas e Ponte Serrada. O andamento da pesquisa realizada em todo o estado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa (NEP) "Metodologias de Intervenção Sociojurídica" também foi pauta do encontro.

Para não deixar as famílias desassistidas, as profissionais utilizam o recurso de videochamadas feitas por celular ou computador. Assim, dentro do possível, conseguem atender parte da demanda que recebem e seguir as recomendações fundamentais para a proteção e integridade da saúde de todos, prioridade neste momento.

Visitas domiciliares e institucionais, entrevistas presenciais, depoimento especial, mediação e contato com algumas instituições que não funcionam neste momento, como escolas, são atividades que estão suspensas temporariamente, o que prejudica a elaboração de estudos sociais, especialmente os pareceres sociais (conclusão).

"Dessa forma, acabamos emitindo relatórios situacionais quando não é possível fazer todas as intervenções necessárias para um estudo completo", destacou Ângela. Os atendimentos presenciais excepcionais acontecem quando a necessidade justifica o risco de exposição das assistentes e das pessoas atendidas.

Imagens: Divulgação/Comarca de Chapecó
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

Copiar o link desta notícia.