Voltar Comarcas do sul e do oeste participam de campanha pela valorização da vida

A ponte Mapo, em Seul, na Coreia do Sul, já foi a mais procurada do mundo por pessoas que queriam tirar a própria vida. Uma ação publicitária fez com que sensores ativassem luminosos com mensagens positivas quando alguém se aproximasse. No final da travessia, o pedestre já tinha esquecido a ideia de suicídio. Hoje o local é conhecido como "Ponte da Vida".

Foi com esse exemplo que a enfermeira Silvana Petry Rigo, do Plano SC Saúde, argumentou que "palavras amigas" podem salvar uma vida. A profissional visitou todos os setores do fórum da comarca de Chapecó para conversar com servidores e colaboradores sobre a campanha Setembro Amarelo, promovida em parceria com a Diretoria de Saúde do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). A ação ocorreu na última terça-feira (10/9), Dia Mundial de Combate ao Suicídio.

Apesar da história sul-coreana, o problema pode estar mais perto do que imaginamos. De acordo com Silvana, o índice mundial é de um suicídio a cada 40 segundos. No Brasil, são registrados 32 por dia. Santa Catarina tem um dos maiores números de ocorrências: 8,6 casos a cada 100 mil habitantes, ao ano.

Sonolência, desânimo, alteração no apetite e busca por drogas ou bebidas alcóolicas podem ser sintomas de depressão. A doença atinge 6% dos brasileiros e é apontada como a principal causa de suicídio. A enfermeira alerta que os homens são maioria entre as pessoas que tiram a própria vida, mas as mulheres são as que mais tentam. O aumento no número de ocorrências entre os adolescentes também preocupa, principalmente na faixa etária de 14 e 15 anos. "Por ser silenciosa, a doença é ainda mais perigosa. Quem tenta suicídio, não faz apenas com intuito de chamar a atenção. A pessoa realmente vive um sofrimento emocional intenso", explica Silvana.

Há cinco anos iniciou a discussão mundial sobre prevenção de suicídios. O assunto é recente e carregado de tabus e preconceitos. A orientação da enfermeira é para evitar "piadinhas" e comparações quando alguém procura para desabafar. "Cada pessoa lida de maneira diferente com os problemas e frustrações. Precisamos observar nossos colegas de trabalho e familiares. Assim poderemos perceber sinais de que algo está errado e não deixaremos que as redes sociais tomem conta ou substituam nossos relacionamentos", destaca.

Quem precisa de ajuda ou orientação para auxiliar alguém, pode fazer contato com o Centro de Valorização à Vida (CVV) que atua gratuitamente, através de conversas livres de julgamentos e preconceitos, no suporte emocional a pessoas depressivas ou com ideias suicidas. O atendimento é feito gratuitamente pelo telefone 188 ou pelo chat online disponível no site cvv.org.br. Em Chapecó, há atendimento presencial na rua Guarulhos, 352E, bairro Passo dos Fortes. 

Sensibilização em Criciúma

A comarca de Criciúma também recebeu na terça-feira, 10/09, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, uma série de minipalestras que integram a campanha de Setembro Amarelo da Diretoria de Saúde do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em parceria com o SC Saúde - órgão vinculado à Secretaria de Estado da Administração. A enfermeira Luciana Freitas e a profissional Emanuele Fernandes Préve, ambas do SC Saúde, visitaram todos os setores do Fórum da comarca, abordando, de forma concisa e dinâmica, o tema prevenção do suicídio. 

Foram dadas orientações, esclarecidas dúvidas e entregues panfletos com informações como sinais de alerta a serem identificados, atitudes de valorização da vida e formas de pedir ajuda, com telefones e endereços de entidades de apoio locais. "Devemos ficar atentos aos sinais, em colegas e familiares, praticar atos simples que valorizam a vida e, a partir de agora, disseminar as informações que receberam sobre o assunto", explicou a enfermeira Luciana. Em Criciúma, entre 2012 e 2018, foram registrados 1.115 casos de tentativas de suicídio de acordo com as fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. 

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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